A saga do “vale-peru”, o auxílio-alimentação de valor exorbitante pago a magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) em dezembro de 2024, ganhou mais um capítulo.
O Corregedor Nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, determinou que o TJMT apresente provas da devolução dos R$ 8 mil pagos a mais aos 322 magistrados.
- Em dezembro de 2024, o TJMT concedeu um auxílio-alimentação de R$ 10.055, um valor muito acima do praticado.
- O CNJ interveio, suspendendo o pagamento e exigindo a devolução do valor excedente (R$ 8 mil).
- O TJMT, então, determinou que os magistrados devolvessem o dinheiro, o que teria ocorrido na folha de pagamento de janeiro.
Cobrança do CNJ:
Apesar da alegação do TJMT, o CNJ quer provas da devolução. O ministro Mauro Campbell, em um documento enviado ao ministro Cristiano Zanin (que julga uma ação sobre o caso), exige a comprovação do recolhimento dos valores.
A devolução não envolve apenas os magistrados. Servidores do TJMT também foram beneficiados pelo “vale-peru” e farão a devolução de forma parcelada em 18 vezes, com o primeiro desconto previsto para este mês.
O CNJ também solicitou informações sobre o processo de devolução dos valores por parte dos servidores e aceitou o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat) como acompanhante do processo.
O “vale-peru” causou grande repercussão negativa, ofuscando, inclusive, o fim do mandato da então presidente do TJMT, Clarice Claudino, que foi quem autorizou o pagamento do benefício.
Essa não foi a primeira vez que a gestão de Clarice Claudino distribuiu “bônus natalinos” aos servidores e magistrados. Em 2023, um auxílio extra de R$ 6,9 mil também foi pago.
A novela do “vale-peru” ainda não acabou e os próximos capítulos prometem novas emoções.