A mais nova joia do Coritiba, Khensane, de apenas 16 anos, foi apelidado de Pogba brasileiro nas redes sociais por conta da semelhança dos dribles e chutes com o astro francês. Antes de chegar ao Coxa, porém, o jovem chegou a fazer testes no Athletico, onde foi recusado.
Nascido em Minas Gerais, Khensane Mpusane Eustáquio Machado é brasileiro, mas tem ascendência de Moçambique, já que o pai nasceu no país do sudeste africano. Foi com o avô que aprendeu a jogar futebol e descobriu que gostaria de seguir a carreira dentro de campo.
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Ele assinou o primeiro contrato profissional em janeiro deste ano e se tornou o segundo mais jovem da história do Alviverde a estrear, com apenas 16 anos e três dias.
Em entrevista exclusiva ao UmDois Esportes, o volante falou sobre o início no futebol, a história do nome curioso e o que espera do futuro no Coritiba.
Assista à entrevista completa com Khensane
Confira a íntegra da entrevista do UmDois Esportes com o volante Khensane
Você completou 16 anos no dia 30 da janeiro, aí você assina o contrato profisisonal e três dias depois veio a estreia no time. Como você se sentiu nesse dia?
Foi um momento muito importante da minha vida, me senti muito feliz, espero que coisas boas assim aconteçam mais vezes. Quando vi que estava relacionado, foi difícil dormir, ficou o tempo todo na minha cabeça.
Lá no seu início em Minas Gerais, nas escolinhas, você imaginava que tão jovem estaria começando numa equipe profissional como o Coritiba?
Querendo ou não, quando a gente é mais jovem, a gente só pensa em brincar, então não pensava muito nisso não.
Você nasceu lá em Belo Horizonte, mas o seu nome chama atenção, um nome diferente, de origem moçambicana. Conta mais sobre a origem dele.
Khensane Mpusane Eustáquio Machado, quem escolheu meu nome foi meu pai, ele é de Moçambique. Minha mãe queria que fosse João Vitor, mas ele não deixou. Eu gosto bastante do meu nome. Nunca fui para Moçambique, mas tenho vontade.
Você falou que é muito ligado às suas raízes. O que significa seu nome para você?
Ele significa guerreiro agradecido. Eu vejo vídeos de futebol de Moçambique, nas redes sociais, mas não conheço muito.
Você lembra do momento que decidiu ser jogador de futebol?
Bem novo mesmo, comecei no quintal da minha casa, brincando com meu vô e decidi que queria isso para o resto da minha vida.
Eu dei uma boa pesquisada sobre você e vi que ainda bem criança você participava de agência de ator mirim, modelo mirim, que momento teve essa mudança de decidir focar só no futebol?
Ah era mais um momento de distração, sempre quis o futebol. Para falar a verdade não lembro em que momento optei pelo futebol, fazia mais por fora [a agência de ator e modelo], sempre foi o futebol para mim.
Seus vídeos desde 2018 mostram você com a sua característica de driblar, de chute forte. Você sempre foi mais solto dentro de campo?
Sim, desde menor. Eu sempre gostei de jogar assim, era o que mais me divertia.
E sempre jogou de volante?
Eu comecei de zagueiro, mas eu também ia para o gol, porque eu gostava. Era divertido, eu gostava de jogar no gol. Mas eu sempre fui mais zagueiro, até que eu parei de crescer e comecei a jogar como volante, porque eu estava muito baixo pra zagueiro. Eu gosto de jogar mesmo de volante, sabe? Só que eu gosto de sair mais. É como me sinto mais à vontade.
Em 2023, você vem aqui pra cidade. Você chega a fazer testes no Athletico né? Conta mais sobre isso?
Eu vim para Curitiba para fazer teste lá [no Athletico] mas acabou que não passei. Eu já ia embora no domingo, mas na segunda-feira surgiu uma oportunidade de fazer teste do Coxa. Fiquei a primeira semana e passei na quarta-feira da outra semana.
E foi a primeira vez que foi morar em uma cidade diferente por conta do futebol?
Eu sempre viajei bastante, mas foi a primeira vez que eu fiquei em outra cidade diferente. No começo dá muita saudade da família, da cidade, de casa. Mas depois, com o tempo, vai adaptando e tá legal. No começo fiquei em alojamento e agora minha mãe veio para cá e estou morando com ela.
Eu vi que vocês estão bem próximos. Uma relação super bonita, assim, de mãe e filho. Como é que é com a tua família? Desde sempre eles também viveram esse teu sonho de jogar futebol?
Ah, desde sempre. Eu sempre fui muito, muito próximo mesmo de todo mundo da minha família e tal. Mas com a minha mãe tem mais essa relação afetiva, sabe?
E você falou da família, mas tem algo mais que você sente falta de BH?
Ah, do [feijão] tropeiro. Não encontrei nenhum bom por aqui.
E como foi o teu primeiro ano aqui no Coxa? Porque você chega aqui no Coxa e aí você já tem o Campeonato Paranaense sub-15. Como foi vencer esse primeiro título pela base?
Ah, foi muito bom. Fiquei bastante feliz, né? Chegar já ganhando um título. E eu lembro que nesse título eu tava jogando de zagueiro porque zagueiro ano passado que eu fui pra volante. O Renan Tavares que me mudou para volante no ano passado.
E com esses jogos que você fez ano passado, a galera assistiu, fez vários cortes e você viralizou. Te chamaram até de Pogba brasileiro. O que você acha desse apelido?
Ah, eu gosto até. Quando eu era menorzinho, eu me inspirava nele. Eu via bastante vídeo dele. Fazia cortes de cabelo igual o dele.
E essa repercussão nas redes sociais causou algum tipo de pressão em você?
Ah eu acho legal, nunca tinha pensando por esse lado de pressão. Fico tranquilo.
E quem é o seu maior ídolo no futebol?
Um cara que eu gosto desde criança, assim, que eu admiro muito é o Ronaldinho Gaúcho. Gosto muito do Neymar também e do Vini Júnior.
Como são os treinos com Mozart? O Mozart fala muito de dar espaço, né, pra jogadores jovens, como é a relação com ele?
Ele é um treinador rigoroso, mas ele tá certo no que ele faz. Ele é rigoroso mesmo e eu gosto bastante dele. E ele vai e fala, pega no pé.
E o Mozart já falou sobre não ter idade, né? Tem o João Almeida aí que tá ganhando espaço pra caramba. Você olha, assim, o caminho do João e é uma inspiração, assim, pra você?
Eu sinto que ele é uma inspiração, né? Porque se ele conseguiu, pode ser que eu consiga também.
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E no elenco, qual o jogador que mais te ajuda no dia a dia, te aconselha?
Acho que é o Gabriel Leite. Na maioria das vezes, eu fiquei no quarto com ele e conversamos muito. Ele já viveu muita coisa e eu estou começando, então ele me ajuda.
E nesse ano, você passou a ser agenciado pela empresa do Rafinha, né? Você conversa com ele, troca uma ideia?
Às vezes eu converso com ele, assim, durante o treino. Ele também orienta bastante, né? Fala de passe firme. E é um cara que ajuda bastante.
E você estreou no profissional com 16 anos, idade precoce. Como é conciliar o colégio com os treinos? Como é a relação com os colegas?
Ah é normal, para mim não muda nada. Tem sido difícil conciliar porque treinamos a tarde e vou para o colégio de noite. Mas estou conseguindo até. Minha matéria favorita é educação física, mas não gosto de química e física.
O que você imagina do seu ano aqui no Coritiba?
Ah eu espero que ele continue no profissional, entrando em alguns jogos, podendo ajudar, pegando um pouco mais de experiência para um dia conseguir me firmar.
E você está ansioso para um dia estrear com a torcida um dia, lá no Couto Pereira?
Pior que estou bastante ansioso, penso bastante nisso, estrear no Couto. Acho que ainda vai chegar minha hora, mas ainda não é o momento.
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