Usina Hidrelétrica é condenada por morte de peixes no Rio Itiquira e terá bens bloqueados

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A Justiça de Itiquira (Mato Grosso) condenou a usina hidrelétrica Itiquira Energética S.A. por danos ambientais que resultaram na morte de centenas de peixes no Rio Itiquira em 2018.

A decisão, proferida pela juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, obriga a empresa a adotar medidas de reparação e prevenção, além de fixar uma indenização de aproximadamente R$ 150 milhões em caso de descumprimento.

Para garantir o pagamento, a Justiça determinou o bloqueio dos bens da usina.

  • Impedir novas mortandades: A hidrelétrica está proibida de realizar operações que causem variações bruscas no nível do rio, que possam levar à morte de peixes. O descumprimento dessa ordem acarretará em multa de R$ 10 mil fora do período de reprodução e R$ 100 mil durante a piracema.
  • Medidas de mitigação: Em 90 dias, a empresa deve apresentar e implementar um plano de ações para minimizar os danos ambientais, incluindo:
    • Monitoramento da pesca predatória na região.
    • Instalação de câmeras de monitoramento na “Cachoeira da Represa”.
    • Monitoramento dos peixes na vazante da UHE, com divulgação online dos dados.
  • Reparação do dano: A usina tem 90 dias para apresentar um estudo de viabilidade técnica e ecológica para ações de manejo, produção de alevinos e repovoamento de peixes, especialmente das espécies Cachara e Pintado. A execução do projeto dependerá da aprovação da Sema-MT.

Indenização:

Caso a reparação do dano “in natura” seja impossível, a UHE deverá pagar:

  • R$ 148.926.360,00 por danos ambientais (mortandade de peixes).
  • R$ 2 milhões por danos morais coletivos, a serem destinados ao Fundo Estadual de Reparação dos Direitos Difusos.

Bloqueio de bens:

Para garantir o pagamento das indenizações, a Justiça determinou a indisponibilidade dos bens imóveis da Itiquira Energética S.A. no valor total de R$ 150.926.360,00.

O promotor de Justiça Claudio Angelo Correa Gonzaga, responsável pela ação civil pública, destacou a importância da participação da comunidade de Itiquira, que forneceu fotos, vídeos e informações sobre a mortandade dos peixes, auxiliando na documentação dos danos ambientais.

O caso:

Em 2018, a 1ª Promotoria de Justiça de Itiquira iniciou uma investigação para apurar a morte de peixes no Rio Itiquira, especialmente da espécie cachara. As investigações concluíram que a mortandade ocorreu após manobras da Itiquira Energética S.A. durante a piracema, que causaram variações no nível da água do rio.

A decisão da Justiça representa uma vitória na luta pela preservação do meio ambiente e pela responsabilização de empresas por danos ambientais.

MATO GROSSO – CenárioMT

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