O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao elogiar o líder chinês Xi Jinping e sinalizar uma possível aproximação comercial com a China, em uma mudança significativa de postura em relação ao seu primeiro mandato.
Para o analista de economia da CNN Gabriel Monteiro, Trump, que anteriormente travou uma guerra comercial com a China, agora faz acenos pragmáticos, incluindo um convite a Xi Jinping para participar de sua posse no início do ano, um gesto sem precedentes que, embora não tenha se concretizado, demonstra uma nova abordagem nas relações sino-americanas.
Estratégia de “morde e assopra”
Apesar dos elogios e da aparente aproximação, Trump mantém uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, caracterizando uma estratégia de “morde e assopra”. O objetivo principal parece ser a melhoria da balança comercial dos Estados Unidos, visando reduzir o significativo déficit com a China.
A China, embora não seja o maior exportador para os EUA, é um dos que menos compra entre os principais parceiros comerciais americanos.
Isso resulta em um déficit maior do que o observado com outros parceiros, como Canadá e México.
Impactos globais e reações do mercado
Uma eventual aproximação entre as duas maiores potências econômicas mundiais poderia acalmar os ânimos no mercado internacional. No entanto, também levanta preocupações sobre o possível distanciamento dos EUA de aliados históricos, como países europeus e vizinhos nas Américas.
Até o momento, o mercado reagiu com cautela às declarações de Trump.
O dólar manteve-se estável no Brasil, fechando em torno de R$ 5,70. A principal preocupação dos investidores continua sendo a política de juros nos Estados Unidos e o desempenho do setor industrial americano, que mostrou sinais de desaceleração.
Analistas e investidores parecem adotar uma postura de “esperar para ver”, buscando distinguir entre a retórica de Trump e ações concretas que possam efetivamente impactar as relações comerciais entre EUA e China, bem como a economia global.