Em uma operação realizada nesta quinta-feira (20.2), a Polícia Civil de Mato Grosso desmantelou um posto de combustíveis clandestino que operava em uma fazenda em Vila Bela da Santíssima Trindade, a 520 km de Cuiabá. O local era utilizado para abastecer garimpos ilegais na região.
A investigação teve início após a Polícia Civil receber denúncias sobre a fazenda, que estaria sendo utilizada para o transporte e depósito de combustível de forma irregular.
Há cerca de 15 dias, um caminhão já havia sido abordado transportando 20 mil litros de diesel para a propriedade, com notas fiscais em nome de duas pessoas, incluindo o marido da proprietária, responsável pelo local.
Nesta quinta-feira (20.2), outro caminhão-tanque foi flagrado na estrada de acesso ao garimpo. O motorista, nervoso durante a abordagem, confessou que o veículo estava carregado com 20 mil litros de diesel. A Polícia Civil constatou que a carga tinha como destino outra fazenda, mas as notas fiscais estavam em nome das mesmas pessoas do caminhão anterior.
Diante da suspeita, a equipe policial se dirigiu à fazenda e flagrou diversas pessoas fugindo, além de duas retroescavadeiras, uma delas em direção à mata. No local, foi encontrada uma estrutura improvisada que funcionava como posto de abastecimento clandestino, com bomba para entrega de combustível, coberta por uma tenda e escondida pela vegetação. Havia também diesel derramado no chão, pequenos depósitos de gasolina e geradores de energia elétrica.
Segundo o delegado João Paulo Berté, foram encontrados 13 containers de mil litros de combustível em uma área, com três cheios e 10 vazios. Em outra estrada dentro da fazenda, que levava a uma segunda estrutura clandestina, foram encontrados 22 containers de mil litros, com nove cheios.
O delegado Berté destacou que a ação é resultado de diversas operações da Polícia Civil que interceptaram o transporte ilegal de diesel nas estradas de garimpo. Diante disso, os garimpeiros passaram a comprar grandes cargas de diesel e usar fazendas próximas aos garimpos como base para montar postos clandestinos.
Durante a operação, um homem afirmou que as máquinas retroescavadeiras seriam utilizadas para a construção de tanques de peixes no pasto e que o combustível armazenado seria para abastecê-las. No entanto, não havia licença ou autorização ambiental para a construção dos tanques, configurando irregularidade ambiental.
O caso foi registrado como crime de adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás natural e frações recuperáveis, álcool etílico hidratado carburante e demais combustíveis em desacordo com a lei.
A Polícia Civil continua investigando o caso para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.