Ainda incerto sobre quem ocupará a vaga de Alexandre Padilha na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a considerar o nome de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para o cargo.
A opção pela atual presidente do PT seria uma escolha do próprio chefe do Executivo. Fontes do Palácio do Planalto e do próprio partido confirmam o nome de Gleisi como uma “hipótese”.
Ao serem informados da ideia de Lula, petistas de vertentes contrárias a Gleisi acionaram o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), para frear Lula. Gleisi também enfrenta resistências na base, que prefere a indicação de um nome menos combativo.
Se a decisão do presidente for por um petista, aliados de outras siglas ainda preferem um perfil menos combativo, a exemplo do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Aliados da base de Lula defendem que Gleisi ganhe um espaço fora do Planalto, e sugerem que Paulo Teixeira, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, seja devolvido à Câmara dos Deputados para atuar como líder.
Apesar de dúvidas sobre a escolha para a vaga, a sinalização do entorno de Lula é de que a troca não atenderá partidos de centro. No Congresso Nacional, a preferência do grupo para assumir a SRI é pelo líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (MDB-AL). O parlamentar alagoano tem apoio de Motta e Alcolumbre.
Ao receber esses sinais do Planalto, deputados da base também respondem com recados atravessados de que manter a articulação política do governo sob o domínio do PT não resolverá os problemas de diálogo com o Congresso. Pelo contrário, esses parlamentares dizem que o movimento poderá dificultar as votações da agenda governista neste ano.
Além disso, lideranças do Centrão têm abordado, com ênfase, o risco de nomes do grupo político assumirem um governo com dificuldade e com um presidente isolado. E alertam que o próximo ministro da SRI precisa ter um diálogo direto com o presidente, sem a necessidade de mediação de outros ministros, a exemplo de Rui Costa, da Casa Civil.