“PCC tem seus próprios bancos“, diz promotor em investigação sobre facção

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) revelou novos detalhes sobre a evolução do crime organizado e suas estratégias para lavar dinheiro dentro do sistema financeiro formal. Segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), facções têm utilizado métodos sofisticados para dar aparência de legalidade ao dinheiro obtido de forma ilícita, aproveitando brechas na fiscalização. “O crime organizado tem montado seus próprios bancos. Espanta sim a evolução do crime organizado”, disse.

Ele destacou, ainda, a infiltração criminosa nas estruturas do Estado e a necessidade de um controle mais rigoroso sobre instituições financeiras.

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Segundo Gakiya, a influência do crime organizado sobre agentes públicos tem sido um fator determinante para sua expansão. “O que causou desconforto para nós é a infiltração do crime nas estruturas do Estado. Vários policiais foram denunciados por nós – civis, militares – e estavam envolvidos, também, com a lavagem de dinheiro. A presença desse braço corrupto do Estado é o meio para o crime manter seus objetivos. Sem essa infiltração, o PCC não teria atingido o status que tem hoje. O Estado precisa promover as medidas necessárias para prender esses agentes”, afirmou.

Uso do sistema financeiro

Outro ponto de alerta levantado pelo promotor é a crescente atuação do crime organizado dentro do mercado financeiro. Gakiya enfatizou a importância de manter a fiscalização rigorosa sobre bancos e meios de pagamento digital, evitando flexibilizações que possam facilitar operações ilícitas.

“Desburocratizar os bancos e pagamentos digitais não pode significar perder de vista as obrigações e deveres de controle dessas instituições. Quando você aceita dinheiro do crime e pulveriza em contas de terceiros, o setor carece de melhor fiscalização e regulamentação”, alertou.

As declarações do promotor reforçam a preocupação das autoridades com o avanço do crime organizado para além do tráfico de drogas e crimes violentos, atingindo setores estratégicos da economia e do Estado. A expectativa é que novas medidas sejam implementadas para combater essa estrutura criminosa e impedir sua crescente influência no sistema financeiro.

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