Quatro vítimas do incêndio que atingiu uma fábrica de fantasias de Carnaval no Rio de Janeiro receberam alta do Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV) na última terça-feira (25).
Os pacientes, que estavam internados há 13 dias, passaram por um período crítico na UTI devido à intoxicação por fumaça tóxica. Outros dois pacientes seguem internados, mas com quadro de saúde estável.
Kitimá Rege, 48 anos, moradora de Bangu, descreveu a alta como um “renascimento”. “Sabe, hoje para mim é viver de novo. Recebi uma segunda chance. Deus e o amor me deu a chance de hoje estar aqui falando de novo”, declarou Kitimá, emocionada.
A costureira, que trabalhava na fábrica há apenas três dias, relembrou o momento do incêndio: “Eu me lembro que eu estava num banheiro tomando banho e eu escutei só falar: fogo. Aí eu só falei assim: deve ser sacanagem. Quando eu abri a porta, eu só vi fumaça preta”.
A paciente também revelou que a força para superar os momentos difíceis veio do pensamento em sua neta de 3 anos: “É sair daqui e olhar para a cara da minha netinha. Sabe? E todas as forças que eu tive é pensando só na minha netinha”.
Luciana de Medeiros Oliveira, 52 anos, moradora de Duque de Caxias, também celebrou a alta. A costureira, que pulou do terceiro andar da fábrica para escapar das chamas, sofreu uma fratura na perna.

“Eu estava no terceiro andar. Eu pulei do terceiro andar, eu imaginava que eu tinha pulado do segundo, eu pulei do terceiro. E nisso quebrei minha perna, né?”, relatou Luciana.
Luciana expressou o desejo de reencontrar a família, em especial seu neto: “Ah, com certeza chegar em casa e ver meu neto. Meu neto, meu primeiro neto que eu tenho. É isso que eu quero fazer, abraçar minha família, meus vizinhos, né?”.
Segundo a Secretaria de Saúde do RJ, um dos procedimentos cruciais realizados na UTI foi a broncoscopia, uma lavagem das vias respiratórias para remover as secreções acumuladas nos pulmões
“A broncoscopia foi primordial para recuperar as vias aéreas após a aspiração de muita fumaça tóxica. O líquido aplicado é um soro com um medicamento expectorante, que ajudou a eliminar secreções acumuladas nos pulmões, acelerando a recuperação”, explicou o diretor do HEGV, Paulo Ricardo Costa.
Relembre o caso
O incêndio que atingiu a fábrica de fantasias Maximus Confecções ocorreu na manhã de 12 de fevereiro.
-
1 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ • CNN
-
2 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ • CNN
-
3 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ • Centro de Operações Rio
-
-
4 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ • Crédito: Reprodução/TV Globo
-
5 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ. • Reprodução
-
6 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ • Reprodução
-
-
7 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ • Reprodução
-
8 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ • CNN
-
9 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ • CNN
-
-
10 de 10
Incêndio atInge fábrica de confecção de roupas de carnaval no RJ
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 7h39 para combater as chamas na Rua Roberto Silva, mobilizando mais de 30 viaturas e 90 bombeiros. O incêndio resultou em 21 pessoas resgatadas, sendo 18 feridas e encaminhadas para diversos hospitais.
Uma das vítimas, Rodrigo de Oliveira, não resistiu aos ferimentos e faleceu no HEGV no dia 16 de fevereiro.
A fábrica, que funcionava com turnos de 24 horas, foi consumida pelas chamas, impactando diretamente a produção de fantasias para o carnaval de 2025 de escolas do grupo de acesso, como Império Serrano e Unidos da Ponte.
O presidente da Liga RJ, Hugo Junior, informou que todas as fantasias que estavam sendo confeccionadas no local foram perdidas.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, classificou a cena no local como “assustadora”.
O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro abriu uma apuração preliminar sobre as condições de trabalho na fábrica. As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas, e a polícia apura se havia “gatos” de energia no local.
O Corpo de Bombeiros informou que a fábrica estava irregular.
*Sob supervisão