Nesta quinta-feira (27/2), a Turquia, quinto maior exportador mundial de ovos, anunciou um imposto sobre as exportações dos produtos, em uma tentativa de controlar os preços internos, o que pode afetar o fluxo de ovos para os EUA, que já enfrentam uma crise.
A Secretária de Agricultura dos EUA, Brooke Rollins, anunciou que o governo pretende aumentar as importações de ovos como medida para ajudar a controlar o preço elevado do produto, que atingiu preços recordes em função, sobretudo, da gripe aviária.
Apesar de os EUA já importarem ovos, o volume é baixo, considerando que o país é o segundo maior exportador e uma das maiores potências produtivas de ovos no mundo.
Em 2024, a produção americana atingiu cerca de 93 bilhões de ovos. Em 2023, o mercado movimentou US$ 17,9 bilhões no mercado interno, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No entanto, o valor das importações de ovos e produtos derivados somou apenas US$ 129 milhões em 2023.
Os EUA importam ovos e produtos de ovos de um número relativamente pequeno de países, incluindo Canadá, Taiwan e Lituânia, segundo o Serviço de Pesquisa Econômica do USDA. A Turquia, outro fornecedor e quinto maior exportador de ovos do mundo, anunciou este mês que enviará 15 mil toneladas de ovos para os EUA. O USDA afirmou que espera mais, com o país aumentando as remessas este ano para 420 milhões de ovos.
No entanto, a Turquia, atravessa uma alta na demanda, tanto externa, em razão de uma maior demanda internacional, quanto interna, devido ao mês sagrado muçulmano do Ramadã, onde há uma maior demanda por alimentos. Assim, as taxações atuam como uma tentativa do governo de conter a alta de preços no país e garantir a oferta interna.
O USDA não especificou outros países que poderiam exportar mais ovos, mas a secretária afirmou que as importações só ocorrerão “se os ovos atenderem aos rigorosos padrões de segurança dos EUA e se determinarmos que isso não prejudicará o acesso dos agricultores americanos aos mercados no futuro”. Além disso, o órgão afirmou que não subsidiará compras privadas de ovos.
O crescimento das importações faz parte de um plano de estratégias anunciadas na quarta-feira (26/2) pelo USDA para tentar conter o avanço da gripe aviária.