Ministério da Saúde promoveu, entre os dias 25 e 28 de fevereiro, em Cuiabá (Mato Grosso), a oficina “Estratégias Integradas para Organização da Rede de Atenção e do Manejo Clínico das Arboviroses”. A iniciativa teve como objetivo capacitar gestores e profissionais de saúde para fortalecer a resposta à dengue e outras arboviroses, assegurando uma rede de assistência mais organizada e eficaz.
O evento contou com a participação de diversas secretarias do Ministério da Saúde, incluindo a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). Além disso, gestores municipais, estaduais e representantes de Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) integraram a programação.
Mato Grosso tem sido o estado que tem concentrado a maior parte dos óbitos por chikungunya em 2025. Das 23 mortes registradas até o dia 28 de fevereiro, 19 ocorreram no estado, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. Além disso, há nove óbitos em investigação. Em 2024, o estado registrou 22.137 casos de chikungunya e 21 mortes.
O número de casos prováveis de chikungunya em Mato Grosso alcançou 16.840 até 28 de fevereiro. No mesmo período, foram notificados 16.394 casos prováveis de dengue, com quatro óbitos confirmados. Em relação ao Zika, o estado contabilizou 44 casos prováveis este ano, enquanto em 2024 foram 435.
Estratégias integradas para a organização da rede de saúde
A oficina teve como foco a qualificação de profissionais e gestores da Atenção Primária à Saúde, da Rede de Urgência e Emergência e dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas na implementação de estratégias integradas para a organização da rede de assistência e manejo clínico da dengue, formando multiplicadores.
No dia 25 de fevereiro, ocorreu uma reunião de alinhamento presencial com os envolvidos. Em 26 de fevereiro, foram realizadas visitas a serviços de saúde da Atenção Primária, hospitais e unidades de urgência e emergência selecionados pelo município, visando auxiliar no diagnóstico e apoiar a implantação de estratégias para organização da rede. Nos dias 27 e 28, aconteceram oficinas e a construção de um plano de ação com o objetivo de articular os serviços, promovendo respostas coordenadas e efetivas para a identificação, manejo e controle dos casos nos territórios.
“Conseguimos identificar os pontos críticos que precisam ser reorganizados para assegurar um atendimento adequado e oportuno às pessoas com dengue e chikungunya no território. Durante a oficina, realizamos visitas a serviços de saúde em Várzea Grande e Cuiabá, além de reuniões com as gestões municipal e estadual”, destaca a assessora técnica da SAPS, Raylayne Bessa.
Articulação entre assistência e vigilância em saúde em Mato Grosso
“O plano de ação está sendo estruturado em eixos estratégicos de prevenção e promoção à saúde, com enfoque na ação integrada entre assistência e vigilância. Buscamos implementar estratégias para organizar a rede de assistência, definindo responsabilidades entre os entes, preparando gestores e equipes para o manejo clínico da dengue e resposta às emergências em saúde pública, com comunicação eficaz e participação popular”, explicou Conceição Mendonça, uma das idealizadoras da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS).
Gleice Medeiros Rodrigues Dias, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena Cuiabá, destacou a importância da oficina para as populações indígenas. “A construção de estratégias e fluxogramas contribuirá para que as equipes que atuam no território obtenham mais qualidade nos manejos clínicos, considerando a logística extensa. Isso permitirá uma aproximação das referências e parcerias, fortalecendo as ações de prevenção e controle das arboviroses no âmbito do DSEI Cuiabá.”
Como parte das ações do Ministério da Saúde para mitigar os impactos das arboviroses em Mato Grosso, integrantes do Centro de Operações de Emergências (COE-Dengue) se reuniram nesta sexta-feira (28) com o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo. O encontro teve como objetivo alinhar estratégias conjuntas para reforçar a prevenção e o controle da doença no estado.
Impacto da oficina e continuidade das ações
Ao final da oficina, os municípios elaboraram um plano de ação detalhado, definindo medidas para aprimorar a rede de assistência, organizar fluxos de atendimento e reforçar a capacitação das equipes.
O objetivo é melhorar os fluxos assistenciais desde a atenção primária até a alta complexidade, evitando complicações graves e óbitos considerados evitáveis com um atendimento adequado e eficaz. A capacitação focou na melhoria do acolhimento dos pacientes, estratificação contínua de risco e acompanhamento terapêutico.
O Ministério da Saúde trabalha para que todos os pacientes sejam devidamente atendidos, especialmente aqueles com sinais de gravidade, realizando o acompanhamento adequado desde a Atenção Primária, considerando todo o percurso do paciente na rede de saúde e a importância do monitoramento contínuo após a alta para evitar complicações.