O jogador Pedro Severino, de 19 anos, da equipe sub-20 do Red Bull Bragantino, que sofreu um grave acidente na rodovia Anhanguera na última terça-feira (4), teve o protocolo de morte encefálica interrompido após apresentar um reflexo de tosse na quarta-feira (5).
O médico neurologista Carlos Eduardo Altieri, do hospital Sírio-Libanês, explica que o Severino teve o chamado “gag reflex”, como é chamado o tipo de reflexo que impede que algo entre na garganta
De acordo com o especialista, esse reflexo indica o funcionamento de vias do tronco cerebral, motivo pelo qual o protocolo de morte encefálica foi interrompido.
Entenda o protocolo de morte encefálica
De acordo com o neurologista, o processo para decretar morte encefálica segue critérios rigorosos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina.
Para a morte cerebral seja declarada, são necessárias duas condições: a existência de coma e a falta de atividade do tronco cerebral por causa conhecida. Devem ser excluídos intoxicação exógena, hipotermia e distúrbios metabólicos.
Esse processo acontece por meio de exame clínico realizado por dois médicos diferentes, um deles neurologista ou neurocirurgião. É necessária a realização de exame que identifique a falta de atividade elétrica cerebral ou fluxo sanguíneo, como eletroencefalograma, doppler tranascraniano, angiografia e cintilografia cerebral.
O médico informa que o reflexo da tosse indica que o tronco cerebral está funcionando, já que as vias de integração e núcleos estão localizados nessa região. “No momento da tosse, ele não está mais em morte encefálica”, complementou o neurologista.
* Sob supervisão