A CBF informou, em nota, que seu departamento jurídico fará uma representação à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) cobrando punições após caso de racismo envolvendo o atacante do Palmeiras Luighi, durante jogo contra o Cerro Porteño, no Paraguai, pela Copa Libertadores Sub-20.
Torcedores paraguaios presentes no Estádio Gunther Vogel, em Assunção, cuspiram e chamaram de macaco o atacante brasileiro, em mais um caso de racismo em competições da América do Sul. O jogador foi às lágrimas no banco de reservas, após ser substituído. O Palmeiras venceu por 3 a 0.
“O protesto será feito ao presidente Alejandro Dominguez e à Comissão Disciplinar da entidade que comanda o futebol na América do Sul”, informou a entidade brasileira.
“É chocante assistir cenas como essas. Racismo é crime e deve ser combatido por todos. Sei do tamanho da dor sofrida pelo Luighi. Basta de racistas no futebol. A CBF vai representar na Conmebol pedindo punições enérgicas”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Ele é o primeiro presidente negro e nordestino a comandar a entidade.
Ofensas racistas contra Luighi
Durante o segundo tempo da partida, um torcedor com uma criança no colo imitou um macaco em direção a Figueiredo, do Palmeiras. Pouco depois, Luighi alertou ao árbitro que foi chamado de macaco por um torcedor. Ele também levou uma cusparada. No banco de reservas, o atacante chorou.
Após a partida, Luighi foi entrevistado pela Conmebol e se revoltou ao ser perguntado sobre o jogo que havia acabado de se encerrar. Ele chorou e desabafou com mais uma ofensa racista contra jogadores brasileiros em competições internacionais.
Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?”, desabafou Luighi, que criticou a Conmebol.
(Publicado por Jairo Nascimento)