A Holanda, um dos maiores exportadores mundiais de ovos, iniciou nesta segunda-feira (10/3) um experimento de dois anos com uma vacina contra a gripe aviária. A ministra da Agricultura, Femke Wiersma, destacou as altas expectativas para o projeto, que visa a redução de abates em massa e o confinamento das aves por longos períodos.
“Você nunca pode eliminar completamente a gripe aviária, pois ela é encontrada principalmente em aves selvagens, que voam por todo o mundo. Mas vacinar as aves pode garantir que haja menos surtos em granjas no futuro”, afirmou Wiersma ao jornal local NOS. Ela ainda considera o piloto “um primeiro passo para a implementação em larga escala da vacinação das aves”.
O projeto, com duração prevista até 2027, envolverá o processo de vacinação de pintinhos em incubadoras holandesas, que serão levados para granjas de poedeiras. O experimento segue um teste de campo realizado no ano passado, e o governo optou por uma introdução gradual do programa, no momento apenas em uma granja, considerando a necessidade de ajustes na infraestrutura veterinária.
O foco inicial será o mercado interno holandês, pois a vacinação em grande escala pode causar reações comerciais, como proibições de exportação. Isso se deve porque, mesmo quando as galinhas são vacinadas, elas ainda podem carregar o vírus sem sintomas, dificultando a detecção de surtos e a prevenção da propagação. Esse é o motivo pelo qual muitos países simplesmente não importam produtos de aves de países que vacinam seus rebanhos contra a gripe aviária. Há a preocupação de que as vacinas não sejam eficazes contra todas as cepas do vírus.
