Para marcar o início das comemorações de seus 50 anos, o Sebrae Mato Grosso leva para o Museu Nacional da República, em Brasília, a exposição “Lírica, crítica e solar: artes visuais em Mato Grosso”. A mostra, que reúne 200 obras de 50 artistas do estado, será inaugurada em 18 de março e ficará em cartaz até 11 de maio.
A exposição, com curadoria de Divino Sobral e Laudenir Gonçalves, busca apresentar a riqueza cultural de Mato Grosso através das artes visuais, um dos pilares da Economia Criativa. A iniciativa visa mostrar que o estado é um celeiro de talentos artísticos, com obras que retratam a história e a identidade local.
O Sebrae/MT espera receber cerca de 50 mil visitantes durante o período da exposição. Para a diretora-superintendente da instituição, Lélia Brun, a mostra é uma forma de celebrar os 50 anos de atuação do Sebrae no estado, que serão completados em setembro de 2025.
“Estamos celebrando 50 anos de uma jornada que impactou a vida de milhares de empreendedores e o próprio desenvolvimento de Mato Grosso. Essa história merece ser enaltecida em grande estilo”, afirma Lélia.
Arte como propulsora do desenvolvimento
A exposição também busca destacar o papel da arte no contexto do empreendedorismo. “A arte, a Cultura, a Economia Criativa, não só geram negócios, trabalho e renda, como resumem a essência humana, são elas o ponto de convergência entre as gerações, entre as diferentes culturas que formam nossa rica sociedade”, destaca Lélia Brun.
Compromisso com a cultura e o desenvolvimento
O Sebrae/MT reforça seu compromisso em apoiar os empreendedores de Mato Grosso e fortalecer os setores produtivos do estado, incluindo a área cultural.
“Temos uma trajetória marcada pela dedicação ao desenvolvimento sustentável e valorização das genuínas expressões culturais mato-grossenses”, afirma o diretor Técnico do Sebrae/MT, André Schelini.
A exposição em Brasília busca dar maior visibilidade à produção artística de Mato Grosso, que ainda é pouco conhecida em outras regiões do país. “É preciso romper fronteiras e fazer circular a produção artística, ainda pouco conhecida, no Brasil pela pouca divulgação do setor”, conclui Schelini.
Sobre a exposição
O processo curatorial escolheu obras e artistas de oito municípios mato-grossenses (Cuiabá, Canarana, Chapada dos Guimarães, Guiratinga, Nobres, Rondonópolis,
Rosário do Oeste e Várzea Grande), contemplando técnicas como pintura, aquarela, escultura, objetos, cerâmica, fotografia e documentário.
As peças foram selecionadas a partir de 16 acervos, incluindo três institucionais, três comerciais e 10 privados. As obras vão estar dispostas na exposição em sete núcleos temáticos: Ancestralidade indígena e indigenismo, A natureza: entre a pujança e a devastação, A presença da arte popular, Conexão com a religiosidade, A cidade de Cuiabá e a cuiabania, O povo mato-grossense e O grande Mato Grosso.
A exposição ainda presta homenagem a quatro personalidades femininas de grande relevância para a história da arte em Mato Grosso: Aline Figueiredo, Dalva de Barros, Maria Lygia de Borges Garcia e Magna Domingos. Além disso, destaca a obra de Inês Correa da Costa, primeira artista mato-grossense a alcançar projeção nacional.
No total, 31 artistas vivos 19 falecidos terão suas obras exibidas, consolidando a exposição como um tributo à rica produção artística do Estado. Dessa forma, o evento busca fortalecer e dar visibilidade ao trabalho de artistas, estudiosos e incentivadores da arte, reconhecendo a contribuição deles para a cultura mato-grossense e nacional.
O curador Divino Sobral, titular responsável por desenhar o fio condutor da pesquisa e seleção das obras, empregando a ela uma narrativa histórica. Ele explica que o simbolismo do título da exposição ‘Lírica, crítica e solar: artes visuais em Mato Grosso’, faz referência a alguns aspectos que caracterizam a produção artística. “Por um lado, o lirismo expresso na interpretação subjetiva e afetiva da cultura; por outro, a crítica que revela a consciência dos artistas sobre a realidade do tempo e do espaço em que eles vivem; ambos qualificados como solar, adjetivo que indica a intensa luminosidade de Mato Grosso que se traduz em sua arte de vibrante colorido, e que aponta a elevada temperatura de uma arte feita com os engenhos do cérebro e com a pulsação do coração”, diz.
Eixos temáticos
A exposição é composta por sete núcleos temáticos que contemplam estes eixos, entre eles: Ancestralidade indígena e indigenismo; A natureza: entre a pujança e a devastação; A presença da arte popular; Conexão com a religiosidade; A cidade de Cuiabá e a cuiabania; O povo mato-grossense e O grande Mato Grosso. A ação será com abrangência estadual contemplando oito municípios mato-grossenses: Cuiabá, Canarana, Chapada dos Guimarães, Guiratinga, Nobres, Rondonópolis, Rosário do Oeste e Várzea Grande.
Passado, presente e futuro
Além do reconhecido conjunto de artistas que já compõem esse histórico, novos nomes do movimento contemporâneo desabrocham no contexto artístico estadual, expressando talento, sensibilidade às produções que comprovam a vocação de Mato, que merece ocupar lugar de destaque no universo das artes e da cultura, nacional e internacional. O evento pretende inserir Mato Grosso no circuito da crítica contemporânea, ainda muito centralizada nos eixos Sul e Sudeste do Brasil.
O Museu
O Museu Nacional da República, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, ocupa uma área de 15 mil metros quadrados. Foi inaugurado em dezembro de 2006. É um dos museus mais visitados do Brasil. Por ele passaram em 2024, 305 mil visitantes. Nos fins de semana, cerca de 5 mil pessoas visitam o local. É administrado pelo governo do Distrito Federal e compõe o conjunto cultural, formado também pela Biblioteca Nacional de Brasília, localizado no Setor Cultural Sul, Lote 2, na Esplanada dos Ministérios.
A arte mato-grossense
Mato Grosso possui um histórico respeitável no campo das artes plásticas, especialmente na pintura. Grandes artistas nasceram nos ateliês livres, criados pelo Governo do Estado, final da década de 70, e pela Universidade Federal de Mato Grosso, que sediou o ateliê como braço educador do Museu de Arte e cultura Popular – Macp, no início dá década de 80 até tempos recentes, em Cuiabá. Estes espaços responderam pelo estímulo e formação de uma geração de pintores que ganhou notoriedade em movimentos importantes da arte nacional, como a ‘Geração 80’.
Artistas como Gervane de Paula, Adir Sodré, Dalva de Barros, Benedito Nunes, Regina Pena, Humberto Espindola, Vitória Basaia e muitos outros, se destacaram pela força expressiva e qualidade de suas obras e inspiraram novas gerações. A partir deles, alguns colecionadores foram atraídos para Mato Grosso, abrindo espaço para participações da arte local em exposições nacionais e internacionais.
Artistas participantes:
1. Adão Domiciano
2. Adir Sodré
3. Adriano Figueiredo Ferreira
4. Alcides Pereira dos Santos
5. Aleixo Cortez
6. Almira Reuter
7. Andréia Zelensky
8. Antônio Ferreira
9. Benedito Nunes
10. Clínio Moura
11. Clóvis Irigaray
12. Conceição Freitas da Silva
13. Dalva de Barros
14. Djair Careta
15. Eugênia Vieira
16. Gervane de Paula
17. Gonçalo Arruda
18. Gustavo Caboclo
19. Helena Corezomaé
20. Humberto Espíndola
21. Ilton Silva
22. Ignês Corrêa da Costa
23. Jared Aguiar
24. João Pedro de Arruda
25. João Sebastião Costa
26. Jonas Barros
27. José Medeiros
28.José Pereira
29. Liberio Boe
30. Marcelo Velasco
31.Márcio Aurélio
32. Mari Gemma De La Cruz
33. Mário Friedlander
34. Miguel Penha
35. Mike Bueno
36. Nilson Pimenta
37. Osvaldina do Santos
38. Paulo Pires
39. Paty Wolff
40. Rai Reis
41. Regina Pena
42. Roberto de Almeida
43. Ruth Albernaz
44. Sebastião Silva
45. Sitó
46. Turuza Waurá
47. Valdivino Miranda
48. Vitória Basaia
49. Wander Melo
50. Zeilton Mattos