BCE diz que choques comerciais podem aumentar inflação na zona do euro

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A zona do euro está enfrentando choques excepcionais decorrentes de questões comerciais, de defesa e climáticas, o que possivelmente amplia a volatilidade da inflação e eleva o risco de que a alta dos preços se torne mais persistente, disse a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, nesta quarta-feira (12).

Essas forças impossibilitam que o BCE sinalize a intenção da política monetária, mas tornam imperativo que o banco reforce o compromisso com sua meta de inflação de 2% e descreva como reagir a vários choques, disse Lagarde em um discurso em Frankfurt.

O BCE cortou a taxa de juros seis vezes desde junho do ano passado, mas não forneceu nenhum indício sobre seus próximos passos na semana passada, deixando os mercados com a percepção de uma era de incerteza particular, impulsionada pelos desafios do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à cooperação internacional estabelecida.

“Nossas expectativas foram, de fato, deixadas de lado nos últimos anos, e nas últimas semanas em particular”, disse Lagarde em um discurso. “Temos visto decisões políticas que seriam impensáveis há apenas alguns meses.”

É provável que a fragmentação do comércio global leve a mudanças de preços maiores e mais perturbadoras e poderia, em princípio, assim como os gastos extras com defesa, levar a uma inflação mais alta.

Porém, existe um risco semelhante de que esses choques se contraponham e extingam as pressões dos preços, argumentou ela.

A principal questão para o BCE é que a inflação reage desproporcionalmente mais forte aos grandes choques do que aos pequenos, e esses grandes choques podem tornar a inflação mais duradoura.

Essas reações desproporcionais dos preços, junto do atual mecanismo de fixação de salários, correm o risco de criar problemas persistentes de inflação.

“Grandes choques levarão a um repasse mais rápido para a inflação e, então, os salários terão de acompanhar os preços de forma escalonada”, disse ela.

Lagarde não ofereceu uma solução para as questões abordadas, mas argumentou que o BCE deve ser claro sobre o que pode e o que não pode fazer.

O banco deve definir a política monetária de modo que a inflação esteja sempre convergindo para 2% no médio prazo e deve delinear sua chamada função de reação, de modo que as empresas e as famílias sempre saibam como um determinado choque afetará a política monetária.

“Podemos ser claros quanto à nossa função de reação e, principalmente, quanto à probabilidade de sermos afetados por mudanças nas circunstâncias e que tipo de dados analisaremos”, disse ela.

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