A inflação do país acelerou para 1,31% em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi influenciada especialmente pela energia elétrica, que aumentou 16,8%.
De acordo com o gerente do IPCA do IBGE, Fernando Gonçalves, a alta na energia elétrica residencial está relacionada ao fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos em faturas no mês de janeiro.
“Com isso, o subitem energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,80% em fevereiro”, explica o especialista do IBGE.
Também colaboraram para o resultado de fevereiro gastos com educação, em razão dos reajustes nas mensalidades escolares praticados no início do ano letivo. O grupo Educação observou uma alta de 4,7% no mês, sendo responsável por um impacto de 0,28 p.p. no índice geral.
Veja as maiores altas observadas no mês em produtos não alimentícios:
- energia elétrica residencial: 16,8%;
- ensino fundamental: 7,51%;
- ensino médio: 7,27%;
- transporte por aplicativo: 7,09%;
- pré-escola: 7,02%;
- creche: 5,28%;
- óleo diesel: 4,35%;
- curso de idioma: 4,34%;
- ensino superior: 4,11%;
- etanol: 3,62%;
- ônibus: 3%;
- gasolina: 2,78%.
Alimentação
Por outro lado, a inflação do grupo Alimentação e Bebidas desacelerou em fevereiro em relação ao mês de janeiro (0,96%). O grupo, que vinha pressionando a inflação, registrou variação de 0,7% no mês passado.
Entre as altas observadas no grupo, estão:
- ovo de galinha (15,39%);
- melancia (13,53%);
- mamão (11,7%);
- café moído (10,77%).
No lado das quedas, destacam-se batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).
“O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, e, também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta”, diz Fernando Gonçalves.
Combustíveis
Segundo o IBGE, o reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a alíquota de combustíveis foi o responsável pelo aumento dos preços.
Com isso, a inflação de fevereiro foi influenciado pelo aumento nos combustíveis (2,89%):
- óleo diesel (4,35%);
- etanol (3,62%);
- gasolina (2,78%).
No mês, a gasolina exerceu o segundo maior impacto individual no índice, com 0,14 p.p. Somente o gás veicular (-0,52%) apresentou redução no período.