Os preços ao produtor dos Estados Unidos ficaram inalterados em fevereiro, mas é improvável que a tendência de arrefecimento seja sustentada já que a expectativa é de que as tarifas sobre as importações aumentem os preços dos produtos nos próximos meses.
A leitura inalterada do índice de preços ao produtor para a demanda final no mês passado seguiu-se a um aumento revisado para cima de 0,6% em janeiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (13).
Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,3%, depois de um aumento de 0,4% relatado anteriormente em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, o índice subiu 3,2%, após alta de 3,7% em janeiro.
Dados na quarta-feira (12) mostraram um aumento menor do que o esperado nos preços ao consumidor em fevereiro.
Mas eles continham detalhes desfavoráveis de alguns componentes que entram no cálculo dos índices de preços PCE, monitorados pelo Federal Reserve para sua meta de inflação de 2%.
O presidente Donald Trump desencadeou uma guerra comercial, aumentando as tarifas sobre produtos da China para 20%, com Pequim retaliando com suas próprias tarifas.
Trump impôs uma nova tarifa de 25% sobre as importações canadenses e mexicanas, antes de conceder uma isenção de um mês para os produtos que atendem às regras de origem do acordo comercial entre os EUA, o México e o Canadá. As tarifas mais altas sobre o aço e o alumínio provocaram uma rápida retaliação da Europa e do Canadá.
Economistas esperam que a série de tarifas do governo Trump, que fez com que as expectativas de inflação dos consumidores disparassem, comece a aparecer nos dados dos próximos meses.
Por enquanto, no entanto, a moderação nas pressões dos preços deve dar ao Federal Reserve espaço para manter sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50% na próxima quarta-feira, depois de reduzi-la em 100 pontos-base desde setembro.
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