A Polícia Civil de Mato Grosso, em conjunto com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, deflagrou na manhã desta quinta-feira (13.3) a Operação Phantom, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado em sextorsão. A operação cumpriu 28 ordens judiciais, incluindo 13 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão, nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A investigação, iniciada em 2021 pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) de Mato Grosso, revelou que os criminosos se passavam por policiais e parentes de supostas vítimas para extorquir empresários. A modalidade utilizada era a sextorsão, que consiste na extorsão mediante o uso de imagens íntimas das vítimas.
Um dos alvos do grupo criminoso foi um empresário de Cuiabá, que foi coagido a transferir mais de R$ 2 milhões aos criminosos, sob a ameaça de ter seu nome envolvido em investigações falsas ou de ter supostas imagens íntimas suas divulgadas.
Além das prisões, a Justiça determinou o sequestro de bens móveis e imóveis, bem como o bloqueio de contas bancárias dos investigados.
A operação contou com o apoio da 8ª Região Policial da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e da Divisão de Investigação Criminal de Itajaí (DIC/Itajaí).
Os mandados foram cumpridos nos municípios de Bento Gonçalves (RS), Caxias do Sul (RS), Guaporé (RS) e Itajaí (SC).
Sextorsão em Mato Grosso
Nesta modalidade de extorsão, os criminosos utilizam um perfil falso e bastante engenharia social (tática utilizada por cibercriminosos para convencer usuários descuidados a encaminhar conteúdos sigilosos, contaminar seus computadores com malware ou abrir links para sites maléficos), por meio das redes sociais, com a fotografia de uma jovem bonita e atraente, convidando a vítima inicialmente para serem amigos.
Na sequência, começam a trocar vídeos e fotos íntimas por aplicativos de mensagens e, a partir daí, outro integrante do grupo criminoso entra em cena, se passando por um policial civil ou pelo suposto pai, padrasto ou outro parente da jovem, alegando que ela é menor de idade e que a vítima estaria envolvida em crime de pedofilia por meio da internet.
O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos da Polícia Civil de Mato Grosso, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, destacou a importância da operação e a necessidade de atuação rigorosa contra esse tipo de crime.
“A Operação Phantom representa um marco no combate aos grupos criminosos que utilizam a intimidação e o uso indevido da identidade policial para extorquir cidadãos. O sucesso desta ação só foi possível graças à cooperação entre as polícias civis de diferentes estados, reforçando o compromisso das forças de segurança no enfrentamento ao crime organizado. Continuaremos firmes na missão de desarticular esses grupos e proteger a população”, disse o delegado.
Tolerância Zero
A Operação Phantom integra o planejamento estratégico da Polícia Civil de Mato Grosso no enfrentamento à criminalidade, através da operação Inter Partes, e faz parte do programa Tolerância Zero, do Governo do Estado.
A Polícia Civil reforça a orientação para que vítimas de extorsão ou fraudes denunciem os fatos o quanto antes, garantindo que os criminosos sejam identificados e responsabilizados.