Uma pesquisa do Sebrae/MT sobre empreendedorismo feminino revela que as mulheres estão cada vez mais presentes no cenário empresarial de Mato Grosso. Em Alta Floresta, um dos municípios mais importantes do estado, 38,3% das 8.238 empresas ativas são comandadas por mulheres, demonstrando um crescimento significativo nesse segmento.
Segundo Karina Zacchi, coordenadora do Sebrae em Alta Floresta, esse avanço no empreendedorismo feminino reflete a busca por autonomia e realização pessoal. “As mulheres têm um perfil inovador e resiliente. Muitas começaram seus negócios por necessidade, mas hoje se consolidaram no mercado com uma gestão eficiente e criativa”, afirma.
Os dados da pesquisa mostram que: 42% das empreendedoras atuam como Microempreendedoras Individuais (MEI); 37% possuem Microempresas (ME); 11% trabalham de forma informal; 10% são donas de Empresas de Pequeno Porte (EPP).
Além disso, 35% das empresárias contam com funcionários, enquanto 22% operam sozinhas.
Os setores com maior participação feminina são o de serviços (46%) e o comércio (39%). Entre os segmentos mais procurados por empreendedoras em Mato Grosso estão: cabeleireiras e manicures, comércio varejista de roupas e acessórios, alimentação e bebidas, e venda de produtos de saúde e beleza.
O cenário em Alta Floresta acompanha a tendência nacional, onde as mulheres representam cerca de 42% dos empreendedores do país, um universo que soma aproximadamente 10 milhões de empresárias. No estado de Mato Grosso, a participação feminina também é expressiva, chegando a 40%, com mais de 188 mil mulheres liderando negócios em diversas áreas.
História de sucesso: da paixão pela confeitaria ao crescimento empresarial
Um exemplo desse protagonismo feminino é Adriane Alves da Silva, que encontrou na confeitaria uma nova trajetória profissional durante a pandemia. Proprietária da Delícias da Drikelly, ela transformou sua paixão por bolos e doces em um negócio próspero e inspirador, que cresce a cada dia e serve de referência para outras mulheres.

No entanto, sua jornada não foi simples. No início, enfrentou desafios como a falta de conhecimento em gestão, precificação e finanças. “Eu sabia fazer bolos, mas não tinha experiência em administrar uma empresa. Ainda hoje enfrento dificuldades, mas estou aprendendo aos poucos, e o Sebrae teve um papel fundamental nesse processo”, conta.
O apoio familiar foi essencial em sua trajetória. Sua mãe, empreendedora desde sempre, acreditou em seu potencial e serviu de inspiração. A experiência da família com negócios informais na zona rural fortaleceu a confiança de Adriane em sua capacidade de empreender.
O grande divisor de águas para o sucesso da Delícias da Drikelly foi a participação da empresária em eventos do Sebrae/MT. Essas iniciativas aumentaram a visibilidade do seu trabalho e ajudaram a transformar seu negócio. “O Sebrae Delas foi importante, mas foi no Festival Gastronômico que realmente me destaquei. Muitas pessoas que me conheciam nem sabiam do meu negócio até então”, relata.
Porém, segundo Adriane, a grande virada veio com a consultoria especializada do Sebrae/MT. Foi nesse momento que ela deixou de ser MEI, contratou uma colaboradora e aprendeu a separar as finanças pessoais das empresariais. Agora, Adriane olha para o futuro com ambição: “Quero expandir minha marca e nunca parar de aprender”, finaliza.