O advogado Emanuel Pessoa, especialista em gestão de empresas, afirmou ao CNN Money nesta sexta-feira (14) que o principal problema envolvendo a gestão da Previ não é o rombo de R$ 14 bilhões do Plano 1 do fundo de pensão, mas a possibilidade de que o déficit seja decorrente de decisões políticas.
“O grande problema é justamente essa dificuldade de entender como em um ano como esse [2024] a Previ teve um prejuízo tão grande e como ela reverteu de forma tão aguda um superávit. Em 2023 houve superávit de mais de R$ 10 bilhões, então é uma reversão para um rombo de mais de R$ 24 bilhões”, pontuou.
Pessoa disse que a investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) é fundamental para identificar a motivação para a compra de participação acionária na Vibra (antiga BR Distribuidora).
“A intenção com as investigações é descobrir se nesse caso de comprar participação na Vibra, ou em outras participações, as decisões teriam sido respaldadas por motivos técnicos”, declarou.
Conforme mostrou exclusivamente a CNN, o relatório preliminar de auditoria na Previ, em reta final de elaboração pela área técnica do TCU, indicou que o investimento do fundo em Vibra pode ter contrariado a política de reduzir a exposição em renda variável.
“Por mais que se queira diminuir a exposição à renda variável, o fato é que se verifique se há um consenso de mercado de que aquilo seria uma boa operação, porque aí teria tecnicamente o respaldo necessário para fazer essa aquisição”, disse o especialista.
“O ponto é investigar se houve esse respaldo do mercado ou se era uma decisão política para prestigiar ou desprestigiar determinado player do mercado de energia”, completou.
