PT pede cassação de Gustavo Gayer no Conselho de Ética por ataque a Gleisi

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O Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou nesta sexta-feira (14) representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do deputado Gustavo Gayer (PL-TO). A ação foi elaborada pela bancada após o congressista fazer comentários sexistas contra a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann.

A sigla afirma que Gayer “de maneira provocativa e indecorosa, promoveu ataques vis e gratuitos ao deputado Lindbergh Farias, à ministra Gleisi Hoffmann e aos presidentes do Senado Federal (Davi Alcolumbre) e da Câmara Federal (Hugo Motta), ao deturpar propositadamente uma fala política do presidente Lula”.

Como a CNN mostrou, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também analisa representar contra o deputado por quebra de decoro.

O PT afirma que Gayer “lançou mão de postagem criminosa difundida para mais de um milhão de seguidores que acompanham o seu perfil, o que expressa o inequívoco fim de ofender a honra”.

Na quarta-feira (12), Gayer disse, em publicação no X, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “ofereceu Gleisi Hoffmann como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”. O comentário foi feito após Lula dizer que escolheu uma “mulher bonita”, em referência à Gleisi, para atuar na articulação com o Congresso.

Depois, Gayer mencionou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), marido de Gleisi, Davi Alcolumbre e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, em outra publicação. “E aí, Lindbergh Farias, vai mesmo aceitar o seu chefe oferecer sua esposa para o Hugo Motta e Alcolumbre como um cafetão oferece uma GP”, disse Gayer no X.

De acordo com o PT, o deputado atribuiu à Gleisi “perspectiva misógina e preconceituosa”, além de chamar o presidente da República de “cafetão” e de enquadrar os presidente da Câmara e do Senado como “gangsters”.

“As condutas aqui descritas se revestem de abomináveis agressões à honra de representantes dos Poderes do Estado Brasileiro, nas variadas instâncias representativas dos Poderes, além de uma vigorosa manifestação pejorativa e misógina para tentar desqualificar a identidade, a história política de luta e contribuição inquestionável de uma mulher valorosa e honrada como é a ministra Gleisi Hoffmann, também 6 [vezes] deputada federal eleita para compor o corpo representativo da sociedade brasileira nesta Casa Federal”, declarou o partido.

A representação é assinada pelo presidente em exercício da sigla, senador Humberto Costa (PE). A intenção do partido representar contra Gayer e pedir a sua cassação já havia sido mencionada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

No X, Gayer declarou que os comentários feitos tinham intenção de “denunciar e escancarar a hipocrisia da esquerda” contra mulheres. Ele negou que sua intenção fosse ofender o presidente do Senado.

A CNN procurou a equipe do deputado Gustavo Gayer sobre a representação do PT e ainda aguarda resposta.

Ação

A representação do PT ainda não chegou oficialmente ao Conselho de Ética. Cabe à Mesa Diretora da Câmara receber o pedido e encaminhá-lo ao colegiado. O Conselho analisará se dará andamento ao processo ou não.

O Conselho de Ética da Câmara avalia o respeito ao decoro parlamentar. Cabe aos membros do colegiado decidirem se os deputados denunciados devem ou não sofrer penalidades pela quebra de decoro. Uma das sanções pode ser a perda do mandato.

Repercussão

As falas do presidente Lula sobre a ministra Gleisi tiveram repercussões negativas. Lula foi acusado por parlamentares da oposição de proferir falas machistas, mas foi defendido por ministros e outros integrantes do governo.

Na quinta (13), em evento no Palácio do Planalto, Gleisi afirmou que as críticas foram feitas por “oportunistas tentando desmercer o presidente”. Em nota, a ministra rechaçou os ataques feitos por Gayer. “Repudio os ataques canalhas de bolsonaristas, misóginos, machistas e de violência política. Desprezam as mulheres”, disse.

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