Empreendedora cria escola para estimular independência feminina

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A história de Mônica dos Santos ilustra bem a trajetória de grande parte do empresariado brasileiro.

Com sucessivas tentativas no mundo dos negócios, ter o próprio empreendimento sempre foi uma aspiração para a jovem de Fortaleza, capital cearense.

Da revenda de produtos e entrega de panfletos à fundação de uma escola de reforço, ainda aos 15 anos de idade, Mônica sempre perseguiu a autonomia trazida pelo empreendedorismo.

Mônica dos Santos, empreendedora cearense e fundadora do projeto Empoderar-Te
Mônica dos Santos, empreendedora cearense e fundadora do projeto Empoderar-Te • Divulgação

Formada em enfermagem, ela também fundou ao menos três negócios na área da saúde, mas todos fecharam as portas após erros de gestão.

“Percebi que precisava aprender outras coisas, porque meu conhecimento na área não era o suficiente para ser dona de um negócio”, lembra Mônica.

“A faculdade não tinha me treinado para isso, mas para ser funcionária de alguém. Então eu tive que ir atrás de outros cursos, de outras formações para complementar o meu conhecimento e de fato ser independente”, conta.

Já munida desses conhecimentos em gestão, Mônica decidiu lançar-se ao empreendedorismo novamente.

A tentativa, agora bem-sucedida, deu origem à “Empoderar-Te”, um núcleo voltado à educação de mulheres empreendedoras que oferece mentorias individuais e coletivas, além do auxílio a projetos de negócios de origem periférica, de mulheres das classes C e D.

O negócio nasceu como uma extensão ao programa de apoio ao empreendedorismo feminino “Ela Pode”, organizado pelo Google — e do qual Mônica participou como aluna e também facilitadora, aprendendo sobre diretrizes e metodologias do projeto.

O objetivo era dar continuidade ao acompanhamento de mulheres que passavam pelo “Ela Pode” por tempo limitado, oferecendo apoio contínuo, conteúdos educativos e a incursão em uma comunidade empreendedora após aquele ciclo.

Atualmente, a “Empoderar-Te” atua como uma plataforma de educação edtech voltada ao estímulo da independência financeira de negócios fundados e liderados por mulheres em situação de vulnerabilidade e violência doméstica.

O foco está no desenvolvimento de soft e hard skills essenciais ao universo empreendedor por meio de mentorias individuais ou coletivas de baixo custo.

Fundada em 2021, a “Empoderar-Te” também foi um escape pessoal após o fim de um relacionamento abusivo, lembra Mônica.

“Depois de sair desse relacionamento conturbado, eu fui fazer o que eu achava que tinha que fazer, que era mais um negócio na área da saúde. Só que dessa vez foi diferente, porque eu tinha acabado de sair do fundo de um poço, estava reconstruindo minha vida do zero e, como muitas mulheres estiveram ao meu lado nesse processo, tomei para mim essa missão: ajudar outras mulheres a recomeçar, ter dignidade, reduzir a violência e ser independentes”, diz.

A experiência pessoal também levou Mônica a assumir o papel de mentora, coach de empreendedorismo feminino, palestrante e autora de livros.

Atualmente, além de liderar a “Empoderar-Te”, ela atua em parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), uma das principais organizações de apoio ao empreendedorismo feminino no país.

Ampliando o impacto

Além da oferta direta de cursos às mulheres, a “Empoderar-Te” também aproveita o embalo do ESG para associar-se a grandes empresas interessadas em ampliar a atuação social e apoio à diversidade.

A proposta é oferecer os cursos de capacitação e desenvolvimento social para mulheres colaboradoras. Com as duas frentes de atuação, a empresa já impactou pelo menos 6 mil mulheres empreendedoras nos últimos quatro anos.

Agora, o objetivo é ampliar o alcance da “Empoderar-Te” para além do Ceará, polo que concentra grande parte das mentorias atuais. Para isso, a empresa irá apostar em parcerias com empresas, ONGs e outros programas por todo o Brasil, a começar pela região Sul.

Junto a isso, um salto tecnológico também deve ajudar: um site oficial deve ser lançado ainda em 2025, o que vai facilitar a transição da comunidade em uma “plataforma completa de soluções em um único lugar”, afirma a empreendedora.

“Meu desejo é que, em cinco anos, a Empoderar-Te seja lembrada quando falamos de impacto para mulheres em comunidades do Brasil. Isso vai acontecer. Mas, para isso, precisamos continuar ao lado de empresas comprometidas com a transformação, com a redução real das desigualdades. A diversidade e apoio à independência feminina é uma agenda de longo prazo”, conclui.

Texto de Maria Clara Dias

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