Um estudo conduzido por pesquisadores de Harvard, acompanhando mais de 70 mil pessoas ao longo de 16 anos, revelou um impacto significativo da religião na saúde e longevidade.
Em participação no programa CNN Sinais Vitais, apresentado pelo Dr. Roberto Kalil, deste sábado (15), o professor-titular de psiquiatria da Universidade Federal de Juiz de Fora Alexander Moreira Almeida afirmou que os resultados são surpreendentes.
O estudo, publicado no Journal of American Medical Association (JAMA), demonstrou que indivíduos que frequentavam grupos religiosos pelo menos uma vez por semana apresentaram uma redução de 50% na mortalidade geral, em comparação com aqueles que não tinham essa prática.
Esse dado foi controlado para fatores como sexo e idade, reforçando a robustez da descoberta.
Benefícios além da longevidade
Além do impacto na mortalidade, a pesquisa apontou outros benefícios significativos associados à prática religiosa e espiritual. Entre eles, destacam-se:
- Diminuição nos níveis de depressão e recuperação mais rápida de quadros depressivos;
- Redução no uso de drogas e recuperação mais eficaz de dependências químicas;
- Menores índices de suicídio;
- Melhora geral no bem-estar e qualidade de vida.
Esses dados reforçam a importância de considerar a dimensão espiritual na abordagem integral da saúde. A relação entre religiosidade e bem-estar físico e mental tem sido objeto de milhares de estudos, evidenciando um campo promissor para futuras pesquisas e intervenções na área da saúde.
“Todas as culturas sempre tiveram vivência de contatos com deuses, espíritos, ancestrais, essa noção de que existe algo além desse mundo que nós vivemos”, afirma o especialista.
Por fim, Almeida enfatiza a importância de abordar esses fenômenos com rigor científico:
“É importante, quanto cientistas, tentar entender esse fenômeno. Não podemos negá-lo e nem a priori acharmos que temos uma explicação pronta para isso”.