Consolidação do Republicanos permite ensaio para candidatura ao Planalto

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O Republicanos se tornou, em 20 anos, um dos protagonistas da política brasileira. A legenda já chega ao ponto de discutir uma fusão na qual incorporaria o PSDB, um dos principais partidos do país desde a redemocratização.

A negociação permitiria ao PSDB manter acesso ao fundo partidário mesmo que não atingisse sozinho a cláusula de barreira imposta pela justiça eleitoral. As lideranças dos dois partidos ainda não fecharam um acordo, mas as conversas seguem em curso.

Somente as bancadas do PSDB e Republicanos somariam 55 deputados federais, e sete senadores. No plenário da Câmara, ficariam atrás apenas do PL e do União Brasil em tamanho.

A negociação evidencia o peso que o Republicanos assumiu no congresso nos últimos anos.

Criado em 2005 como o Partido Municipalista Renovador, o Republicanos elegeu no ano seguinte apenas um deputado federal, mas tinha o vice-presidente da república, José Alencar.

Desde então, a sigla ampliou o número de eleitos a cada disputa. Em 2022, emplacou 40 deputados federais. Na eleição municipal do ano passado, foram 433 prefeitos e cerca de 4,6 mil vereadores.

O crescimento responde a um movimento duplo, na avaliação do cientista político Creomar de Souza.

“O partido passou abertamente a se portar como um partido que defende interesses do eleitorado evangélico. Em especial, da Igreja Universal do Reino de Deus. O segundo (movimento) é que, para além dessa base conservadora muito robusta, passou a investir de maneira muito forte na própria estruturação dos quadros — seja a consolidação do que eles chamam de Faculdade Republicana, sediada em Brasília, seja por outras ações de posicionamento por diálogos mais pragmático com as forças que estão no governo eventualmente”, avalia Creomar.

Desde o surgimento, o Republicanos fez parte de todos os governos. Além de emplacar o então vice de Lula em 2006, teve espaço na Esplanada no primeiro mandato de Dilma Rousseff, para depois apoiar o processo de impeachment e compor com Michel Temer.

Na gestão Jair Bolsonaro, comandou o Ministério da Cidadania e, agora, no governo Lula 3, é responsável pela pasta de Portos e Aeroportos.

A consagração do Republicanos como força nacional veio neste ano, com a eleição de Hugo Motta à Presidência da Câmara, num arco de alianças que foi do PL ao PT e que lhe garantiu 444 votos. O deputado mantém um bom relacionamento com o presidente Lula e, num aceno ao petista, indicou não ter pressa para pautar a proposta de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

A decisão de Hugo Motta escanteia a principal prioridade política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para tentar reverter este cenário, Bolsonaro conta com a ajuda do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a joia da coroa do Republicanos.

A popularidade de Tarcísio permite ao partido pleitear pela primeira vez o Palácio do Planalto numa candidatura competitiva, apelando ao eleitorado conservador. Até lá, entretanto, o Republicanos segue no governo, com o deputado licenciado Silvio Costa Filho despachando direto da Esplanada dos Ministérios.

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