O PSD, de Gilberto Kassab, tem feito cálculos sobre quantos parlamentares devem aderir ao projeto que anistia os envolvidos pelos atos de 8 de janeiro, caso o projeto seja de fato pautado na Câmara dos Deputados.
O partido de centro está sob pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegou a mencionar o apoio da legenda à anistia em manifestação política no Rio de Janeiro, no domingo (16).
“Eu, inclusive, há poucos dias tinha um velho problema e resolvi com o Kassab, em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo”, disse Bolsonaro na ocasião.
O presidente do PSD evitou comentar o assunto e despista aliados sobre o que, realmente, está acordado com o ex-presidente.
Para pessoas próximas a Kassab, a cautela do presidente do PSD tem como objetivo manter Bolsonaro e sua base fiel de eleitores próximos para as eleições de 2026.
Atual secretário de Relações Institucionais de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, Kassab tem pretensão de ser o vice do governador no pleito do ano que vem. Sem Tarcísio, o presidente do PSD poderia concorrer ao governo de SP na cabeça de chapa.
A bancada do PSD, que conta com 44 deputados federais, ainda espera o avanço do projeto na Câmara para abrir um debate interno sobre adesão ao texto da anistia.
O partido de Bolsonaro prometeu pedir urgência da proposta ainda nesta semana. A ideia é acelerar a tramitação do projeto.
À CNN, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) disse que levará o debate sobre a urgência aos líderes da Casa.