A China reabriu o mercado para a carne de frango da Argentina, após dois anos de bloqueio nas importações. Em março de 2023, um surto de gripe aviária atingiu o país vizinho e provocou o embargo chinês. Na época, a China recebia 45% das exportações de frango da Argentina, respondendo por uma receita de aproximadamente US$ 170 milhões, conforme noticiou o jornal Clarín, na noite desta terça-feira (18/3).
O restabelecimento das exportações foi comunicado oficialmente pelo Departamento de Alfândegas da Argentina (GAAC, na sigla em inglês) e pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China (Mara).
Porém, na segunda-feira (17/3), o Ministro da Economia argentino, Luis Caputo, esteve com o vice-ministro da Administração Geral das Alfândegas da China, Wang Lingjun, para assinar protocolos sanitários que determinam a abertura de mercados de castanhas, incluindo nozes, pecãs, amêndoas, avelãs e pistaches. Na ocasião, os representantes anunciaram o restabelecimento das exportações de carne de frango argentina para a China.
No encontro, de acordo com o jornal argentino, discutiram-se protocolos para exportação de miúdos de porco, ameixas secas e produtos pesqueiros. Houve avanços nas negociações para exportação de miudezas bovinas e a delegação chinesa sinalizou para a abertura de mercado de leguminosas, incluindo feijão, grão-de-bico e lentilha, com uma proposta de protocolo.
Segundo o boletim alfandegário da Argentina, a parceria com a China é estratégica para o setor avícola do país.
Antes, em 2020, sete frigoríficos argentinos suspenderam voluntariamente a exportação de carne bovina e de frango para a China, em meio a uma onda de vetos chineses na época e a necessidade de ampliar o controle sanitário em decorrência da pandemia de Covid-19.
Exportações de aves do RS seguem bloqueadas pela China
Embora o país asiático tenha reestabelecido as importações de aves da Argentina, ainda continua com o embargo para a carne de frango proveniente do Rio Grande do Sul.
A proibição, anunciada em julho de 2024, aconteceu após a confirmação do primeiro foco, desde 2006, da doença de Newcastle em aves comerciais do Brasil. O caso ocorreu em uma granja em Anta Gorda (RS).
A granja afetada foi submetida à depopulação total, com o sacrifício de aproximadamente sete mil aves, além de fazer a desinfecção das instalações. Entretanto, não houve sinal do governo chinês para a retomada das importações do Rio Grande do Sul.
A China, além da Arábia Saudita, impôs restrições ao segmento, que respingaram nos negócios avícolas do Brasil.
O Ministério da Agricultura brasileiro declarou a erradicação da doença em novembro do ano passado e aguarda um ‘desbloqueio’ da China para retomar os negócios.