O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) foi confirmado, nesta quarta-feira (19), como presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), no lugar de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que anunciou na terça-feira (18) que vai se licenciar temporariamente do mandato, sem qualquer remuneração.
Barros foi eleito com 24 votos. Outros quatro foram em branco. Ele foi escolhido com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após o anúncio de licença de Eduardo, o partido cogitou indicar para a função o deputado Zucco (PL-RS), atual líder da oposição. A comissão foi a primeira pedida do PL, que tem a maior bancada da Casa e pode fazer a primeira escolha na divisão dos colegiados.
“Todos conhecem o meu perfil e sabem que eu priorizo sempre o diálogo. E vai ser esse o norte da presidência dessa comissão, através do diálogo com todos os partidos políticos, para que essa comissão avance em pautas tão importantes para o nosso país”, disse Barros após ser escolhido presidente da comissão.
“Respaldo a Eduardo”
A jornalistas, Barros afirmou nesta quarta que vai manter o diálogo com Eduardo, que está em viagem nos Estados Unidos. Declarou, sem dar detalhes, que a comissão poderá dar “respaldo” a filho do ex-presidente.
“Ele [Eduardo] está licenciado do mandato, mas é deputado, continua sendo deputado. Então, a comissão pode fornecer a ele um subsídio institucional desse trabalho que ele está fazendo lá e vai continuar fazendo”, afirmou Barros antes da eleição.
Sobre o parlamentar deixar o país para pedir asilo nos Estados Unidos, Barros afirmou que o deputado se exilou para “fugir de uma iminente perseguição às suas liberdades”. Segundo ele, o anúncio “é mais um capítulo triste da recente história no Brasil” em que a direita “foi escolhida para ser eliminada da vida pública”.
“A CREDN será sem dúvidas uma importante ferramenta institucional para o diálogo com o mundo, onde poderemos deixar claro que a vontade desta Casa, a vontade do povo, é soberana na democracia brasileira”, declarou Barros.
Prioridade do PL
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional era prioridade do PL, que possui a maior bancada da Câmara, com 92 deputados. No total, a Casa tem 30 comissões temáticas.
A indicação de Eduardo Bolsonaro foi alvo de críticas e de movimentos da base governista para impedir que ele assumisse o comando da comissão.
O PT, articulado pelo líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma queixa-crime contra o filho de Jair Bolsonaro, acusando-o de conspiração contra o governo brasileiro com parlamentares dos EUA, solicitando também a apreensão do passaporte dele.
O pedido, porém, foi arquivado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a Procuradoria-Geral da República (PGR) concluir que não há elementos suficientes para dar seguimento ao caso.