Ação da Minerva salta com resultado forte e menor preocupação com dívida

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As ações do Minerva, maior exportador de carne bovina da América do Sul, subiram acentuadamente nesta quinta-feira (20), uma vez que os analistas elogiaram o “forte” resultado operacional do quarto trimestre, dissipando as preocupações com o aumento da dívida em meio a uma fase de baixa no ciclo pecuário do Brasil.

O Goldman Sachs reiterou sua classificação de “compra” para as ações, citando o potencial de fortes vendas para a China e a demanda estável no Brasil, onde os preços mais altos da carne bovina compensaram parcialmente o gado mais escasso.

O Minerva teve um prejuízo líquido de R$ 1,57 bilhão no quarto trimestre, em grande parte devido a efeitos cambiais negativos. No entanto, o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) aumentou 56% para R$ 944 milhões, superando a média das estimativas da LSEG.

As ações do Minerva subiram mais de 10% durante o pregão, e fecharam com uma alta de 8,7% antes dos ajustes finais na cotação. As ações da rival JBS, que divulga o balanço na semana que vem, subiram 4,2% ao final dos negócios.

A diretoria do Minerva disse que a empresa será capaz de gerar caixa suficiente para reduzir a dívida neste ano e no próximo, depois de pagar por novas unidades na América do Sul, o que aumentou sua capacidade nominal em mais de 50%.

Os analistas têm se preocupado há meses com o aumento da dívida do Minerva, com alguns sugerindo que ela pagou a mais pelos ativos da Marfrig no Brasil, Chile, Argentina e Uruguai.

O negócio de R$ 7,5 bilhões foi fechado em 2023, mas só se concluiu em outubro do ano passado devido a aprovações regulatórias mais lentas do que o esperado.

Os analistas do Morgan Stanley, que têm uma recomendação “equal weight” para o papel, elogiaram o forte Ebitda do Minerva, sugerindo que sua geração de caixa livre impulsionaria o valor das ações, apesar dos altos índices de endividamento após o pagamento da aquisição.

A dívida líquida aumentou 76% em relação ao ano anterior, encerrando 2024 em R$ 15,6 bilhões. E os efeitos cambiais adicionaram quase R$ 2 bilhões à dívida bruta no quarto trimestre, segundo analistas da Genial Investimentos.

Os mesmos alertaram que o aumento da dívida do Minerva poderia levar a empresa a violar seus covenants de dívida, um risco descartado pela administração da empresa, que afirma que nem todas as obrigações de dívida da empresa estão incluídas nos cálculos dos covenants.

O diretor financeiro do Minerva, Edison Ticle, disse aos analistas que a empresa pode ser capaz de gerar entre 1 bilhão e R$ 2 bilhões de caixa livre este ano para reduzir a dívida. Ele reconheceu que as despesas de caixa chegarão a cerca de R$ 2 bilhões devido aos níveis mais altos de endividamento.

Ticle também previu investimentos adicionais de R$ 200 milhões nas 13 fábricas que antes eram da Marfrig, e previu que as mesmas exigirão um capital de giro adicional de até R$ 500 milhões.

Os analistas do BTG, que têm uma classificação neutra para as ações, disseram que os ativos adquiridos tiveram um desempenho em linha com as expectativas neste início de operação, acrescentando que as margens das novas plantas não são tão ruins quanto alguns investidores podem ter temido.

“No entanto, ainda há uma jornada considerável pela frente”, disse o BTG em relatório, citando a baixa utilização das novas plantas, o que exigirá continuamente mais capital em um cenário de disponibilidade reduzida de gado.

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