Paulo Vitor Azevedo foi condenado pelo tribunal do júri, em Catalão (GO), a 26 anos de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Priscila Brenda Pereira Martins da Silva. Priscila Brenda desapareceu em dezembro de 2012, depois de entrar no carro do sentenciado em Pires Belo, distrito do município. O julgamento estava previsto para o dia 6 de fevereiro, mas foi remarcado após uma das testemunhas passar mal.
A defesa afirmou, em nota, que irá recorrer, buscando anular o Tribunal do Júri, alegando tortura apontada pelas testemunhas no processo. “Sendo assim, a defesa buscará nas instâncias superiores a anulação absoluta de todas as provas produzidas de forma ilícita conforme apresentadas na denuncia de tortura, para que seja realizada um novo julgamento.
Em complemento ao recurso será requerido também em instância superior que o Réu aguarde em liberdade o julgamento dos recursos apresentados pela defesa”, diz a nota do advogado Leandro De Paula.
Paulo Vitor chegou a ser condenado a 18 anos de prisão em um julgamento em 2023, mas acabou anulado pois uma das juradas fez publicações no Instagram em que manifestava seu posicionamento sobre o caso.
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) divulgou, na época, que a mulher postou uma imagem da mãe da vítima usando uma camiseta com a imagem de Brenda e a frase “Queremos justiça”.
A conduta da jurada, como avaliou o TJGO, configura quebra do sigilo das votações e da imparcialidade necessária para o julgamento, como previsto no Código de Processo Penal.
De acordo com a defesa de Paulo Vitor, ele não era namorado da vítima na época que ela desapareceu, em dezembro de 2012, aos 14 anos. “Nos autos processuais, consta que foi realizada uma investigação policial abrangente, com diversas diligências, incluindo interceptações telefônicas nos celulares dos acusados.
A apuração demonstrou que não há qualquer prova que relacione Paulo Vitor ao desaparecimento da jovem. Sendo o acusado inocente, isso será devidamente demonstrado ao corpo de jurados do egrégio Tribunal do Júri, garantindo um julgamento justo e imparcial”, afirmou a defesa.
Paulo Vitor teve um mandado de prisão temporária expedido em dezembro de 2013, mas não chegou a ser preso pois estava foragido. Em fevereiro de 2014, ele se apresentou espontaneamente e o mandado foi revogado. Em depoimento, o suspeito afirmou que esteve com Priscila no dia do desaparecimento, mas a jovem não entrou no carro e nem saiu da cidade com ele.
Paulo Vitor e o amigo, Claudomiro, foram presos em 2014, mas acabaram soltos para responder o processo em liberdade até o julgamento, que ocorreu em 2023. Claudomiro acabou inocentado.