O ouro fechou em alta nesta quinta-feira (20) reagindo à sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de cortes futuros na taxa de juros, apesar de manter a taxa dos Fed Funds inalterada na reunião da última quarta-feira (19).
As incertezas relacionadas à política tarifária de Donald Trump e as tensões geopolíticas também davam suporte ao metal dourado.
Renovando recorde de fechamento, o ouro para abril fechou em alta de 0,08%, a US$ 3043,80 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange.
Os compradores de ouro foram incentivados pelo tom dovish do Fed e pela conferência subsequente do presidente da instituição, Jerome Powell, apoiando as expectativas de mais dois cortes nas taxas de juros ao longo de 2025, segundo a Trade Nation. Juros mais baixos normalmente aumentam o apelo do metal precioso, que não rende juros.
A busca pelo ativo porto-seguro crescia também em razão das instabilidades geopolíticas globais. Enquanto no Oriente Médio o cessar-fogo entre Israel e Hamas se mantinha ameaçado, após uma nova ofensiva israelense matar ao menos 40 palestinos, russos e ucranianos trocavam acusações de ataques a infraestruturas energéticas.
No radar, os mercados se preparam para a implementação das chamadas tarifas recíprocas pelo governo Trump em 2 de abril.
Nesta quinta, a Citi Research elevou sua meta de preço do ouro para os próximos três meses de US$ 3.000 para US$ 3.200 por onça-troy, citando a robusta demanda do setor oficial e a maior demanda de fundos negociados em bolsa.
“Em nosso cenário de alta, vemos os preços da commodity chegando a US$ 3.500 por onça até o final do ano, sustentados por uma demanda muito maior por hedging/investimentos devido aos temores de estagflação nos EUA”, dizem os analistas.