“Acho que se alguém me bater na cara hoje, vou pedir desculpa para quem me bateu, mas não vou à delegacia. Porque não sei se vou presa. Vamos na delegacia pedir auxílio e acontece isso”, afirma Débora Cristina da Silva Damasceno, mulher presa por engano no domingo (16), em Petrópolis (RJ), após procurar a delegacia da cidade para denunciar o marido por agressão.
Em julho de 2024, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) expediu um mandado de prisão contra Débora Cristina da Silva Damasceno quando, na realidade, a ordem deveria ter sido expedida em desfavor de Débora Cristina Damasceno.
“Quando terminei de fazer a ocorrência (na 105ª Delegacia de Polícia de Petrópolis), eles me deram voz de prisão. Pensei que era brincadeira. Pedi para ele ver de novo, porque eu nunca estive em Belo Horizonte”, contou Débora em entrevista à CNN.
Em nota enviada à reportagem, o advogado Reinaldo Máximo, que faz a defesa de Débora, detalhou que a mulher foi levada ao Presídio José Frederico Marques em uma van com mais de dez homens presos.
A diarista detalhou como foram as três noites que passou no local. “Dormi no chão. Eu pensava que não iria voltar mais. A preocupação maior foi com os meus filhos, minha avó, minha família toda. Ninguém estava acreditando em mim”, lembrou.
Além do sobrenome “da Silva”, o órgão constatou que, no registro das duas mulheres, os nomes dos pais eram divergentes. Na manhã da última terça-feira (18), foi expedido o mandado de soltura de Débora Cristina.
Débora afirmou ainda que seu único desejo é obter justiça diante do engano que a levou a ficar presa por três dias. “Primeiramente, que eu possa andar de cabeça erguida na rua. Sem ter que andar com um papel de alvará na mão. Justiça, para não acontecer com outras pessoas o que aconteceu comigo. Parece que a qualquer momento eles virão me buscar de novo ”, finalizou.
*Sob supervisão