24 de Março de 2025

Kalil alerta sobre obesidade, doença crônica que avança a níveis alarmantes

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    Com a mudança da alimentação praticamente no mundo todo devido, por exemplo, a falta de tempo ou de recursos, estresse e praticidade, a obesidade vem avançando a níveis alarmantes. Segundo a endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, Claudia Cozer Kalil, a doença crônica deve atingir 1,9 bilhão de pessoas até 2035. A especialista é uma das entrevistadas do Dr. Roberto Kalil no “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” deste sábado (22). 

    A chef de cozinha Morena Leite também debate aspectos do assunto no programa. “A gente perdeu muitos hábitos saudáveis nos últimos 20 anos. Eu acredito que a gente se movimentava muito mais. E se a gente parar para pensar, o arroz, o feijão, que são ingredientes básicos do prato do brasileiro, podem ser nutricionalmente muito favoráveis, para quem come. Agora, a gente tem comido muito industrializado”, diz a chef. 

    Segundo a Dra. Claudia, a exposição a alimentos de baixo valor nutricional e muito valor calórico é chamada de ambiente obesogênico.

    “A gente deixa de comer os alimentos in natura que a gente fazia, e tem uma dificuldade de manter isso pela oferta que existe de alimentos ultraprocessados, de baixo custo, associado a uma dificuldade de fazer atividade física”, afirma. “Mas essa luta contra o ambiente obesogênico envolve não só a família, a escola, mas os órgãos governamentais, indústria, mídia…”, explica.

    As especialistas, no entanto, frisam que a alimentação é apenas uma parte do problema. A obesidade é considerada uma doença multifatorial, ou seja, não há apenas uma causa envolvida. “Eu acho que a obesidade também tem a ver com a questão emocional, porque hoje as pessoas não se alimentam só mais por uma questão nutricional e fisiológica. É emocional, são várias carências que as pessoas descarregam no doce, na pizza, na bebida…”, diz Morena Leite.  

    Hereditariedade também impacta

    “A genética tem um papel importante, ela entra com quase 70%. Mas não significa que essas pessoas estão fadadas a ficar obesas. Elas têm que se prevenir com um pouco mais de ênfase”, explica a Dra. Claudia. “Às vezes, você vem de uma família de sobrepeso, você tem um biotipo maior. O importante é ver se você não está a cada ano aumentando de peso. Se você está conseguindo manter o seu peso ano a ano, seus exames e a sua qualidade de vida saudável, esse peso não é tão preocupante quanto a pessoa que todo ano ganha 2, 3 quilos”, acrescenta.

    Por isso, o importante é a prevenção. A endocrinologista diz que a receita básica deve ser praticar exercícios físicos e não repetir as porções. “É preciso respeitar a saciedade”. E, sobretudo, ela destaca que é importante entender a obesidade como uma doença e ter cuidado ao abordar o problema durante um tratamento.

    “Quando a gente usa o termo ‘mudança no estilo de vida’, as pessoas entendem exatamente isso: que nunca mais vão poder comer um sanduíche de mortadela, tomar um vinho ou comer um brigadeiro. Na verdade, a receita é equilíbrio, frequência e quantidade”, finaliza.

    O “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” vai ao ar no sábado, 22 de março, às 19h30, na CNN Brasil. 

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