Em 2024, a qualidade da água dos rios da Mata Atlântica não apresentou sinais significativos de recuperação nos últimos anos e, em comparação com o ano anterior, houve uma piora, de acordo com os dados do Observando os Rios 2025, da Fundação SOS Mata Atlântica, que considera a situação preocupante.
Entre amostras de água em 145 pontos de coleta, em 67 municípios de 14 estados, apenas 11 pontos — que representa apenas 7,6% dos locais monitorados — apresentaram qualidade boa e, pelo segundo ano, nenhum registrou qualidade ótima. Veja os resultados:
- Ótima: 0%
- Boa: 7,6%
- Regular: 75,2%
- Ruim:13,8%
- Péssima: 3,4%
A água classificada como “regular” já é considerada “muito impactada pela poluição” e necessita de tratamento para o consumo humano, de acordo com o relatório.
Em comparação com o ano anterior, houve um aumento no número de rios com qualidade ruim e a permanência de quatro pontos com qualidade péssima, o que inclui o Rio Pinheiros, na cidade de São Paulo, e o Ribeirão dos Meninos, em São Caetano do Sul (SP).
Quando os rios são considerados com qualidade ruim ou péssima, a poluição atinge níveis críticos — o que prejudica tanto a biodiversidade quanto a população que depende desses recursos hídricos e a saúde pública. “A predominância da qualidade regular exige atenção redobrada de gestores públicos e da sociedade”, diz o estudo.
A pesquisa aponta que os resultados dos monitoramentos de 2024 evidenciam que a situação dos rios da Mata Atlântica ainda está “longe da ideal”: menos de 10% dos pontos analisados possuem qualidade boa e nenhum alcança o nível ótimo.
Em nota à CNN, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado de São Paulo disse que realizou, nos últimos dois anos, “a maior retirada histórica de sedimentos do Rio Tietê e afluentes por meio do programa IntegraTietê, além de todo o trabalho de monitoramento, fiscalização e recuperação ambiental, e do avanço no saneamento básico: 2,89 milhões de metros cúbicos de sedimentos do rio Tietê e seus afluentes”, diz trecho da nota.
A pasta disse que 600 mil metros cúbicos de sedimentos foram retirados do Rio Pinheiros nos últimos dois anos, com um investimento superior a R$ 93 milhões. “Também é realizada continuamente no Rio Pinheiros a retirada do lixo flutuante, que chega ao curso d’água por meio das chuvas ou é jogado diretamente no rio pela população. De 2023 até agora, já foram retiradas 83,4 mil toneladas de lixo do rio, um trabalho que custou aos cofres públicos R$ 148 milhões”, afirma a nota.
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), em 2023, nos quatro pontos de monitoramento da Companhia no Rio Pinheiros, houve registro de um ponto com qualidade regular, dois com qualidade ruim e um com qualidade péssima. Em 2024 os dados apontam melhora no IQA anual, com um ponto regular e três ruins. Não houve nenhum ponto classificado como péssimo na média anual.