A Polícia Civil do Mato Grosso (PC-MT) deflagrou uma operação, nessa sexta-feira (22), para desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro, que utilizava empresas de fachada e um pastor evangélico para ocultar recursos de uma facção do Rio de Janeiro.
A Operação Falso Profeta, descobriu um esquema de lavagem de dinheiro operado por uma facção criminosa em Cuiabá e Várzea Grande (MT). As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) revelaram que a facção utilizava “laranjas” para ocultar valores obtidos através da extorsão de comerciantes de água mineral. O dinheiro depois de “lavado” era, então, enviado para o Rio de Janeiro.
Dois “laranjas” foram identificados como supostos proprietários de uma distribuidora de bebidas e uma drogaria. Um deles era funcionário de um supermercado e a outra era uma mulher beneficiária de auxílio governamental. As empresas tinham capital social declarado de até R$ 800 mil, mas estavam em nome de pessoas de baixa renda.
Pastor investigado por liderar esquema de extorsão
O principal alvo da operação atuava como pastor em Cuiabá e é apontado como mentor do esquema. Ele recebia grandes quantias das empresas de fachada e repassava para membros da facção no Rio de Janeiro.
De acordo com a PC-MT uma das transações identificadas envolveu o envio de R$ 234 mil de uma drogaria para a conta do pastor. Outra transação, de uma distribuidora de bebidas, movimentou mais de R$ 100 mil.
A investigação confirmou que a drogaria não possui endereço físico, reforçando a suspeita de ser uma empresa fantasma. O pastor está foragido no Rio de Janeiro, de acordo com a polícia.
A Operação Falso Profeta, iniciada em novembro de 2024, visa desarticular o esquema de extorsão e lavagem de dinheiro, e faz parte da estratégia da Polícia Civil de combate às facções criminosas, dentro do programa Tolerância Zero do Governo do Estado.