Mato Grosso, um estado com vasta riqueza hídrica, enfrenta um cenário preocupante: a área coberta por água no Brasil continua em declínio, com reflexos alarmantes no Pantanal, bioma que abriga parte significativa do estado. Os dados do MapBiomas revelam que, em 2024, a superfície de água no país atingiu 17,9 milhões de hectares, uma redução de 2,2% em relação a 2023 e 3,2% abaixo da média histórica.
O Pantanal, que em Mato Grosso ocupa grande parte de seu território, é o bioma mais afetado por essa retração. Em 2024, a área alagada no Pantanal foi de apenas 366 mil hectares, um valor 60% menor do que a média histórica. Esse cenário é alarmante, pois o bioma depende de um ciclo de inundações para manter seu equilíbrio ecológico. A diminuição da cobertura hídrica impacta diretamente a biodiversidade local, colocando em risco espécies da fauna e da flora pantaneira.
Além do Pantanal, outros biomas presentes em Mato Grosso, como o Cerrado e a Amazônia, também merecem atenção. O Cerrado, que já possui mais água artificial do que natural, sofre com a redução dos corpos d’água naturais, que diminuíram 15% em relação a 1985. A Amazônia, que concentra a maior parte da água do país, também apresenta sinais de alerta.
Diante desse quadro, Mato Grosso precisa adotar medidas urgentes para preservar seus recursos hídricos. A proteção de nascentes, a recuperação de áreas degradadas e o uso sustentável da água são ações essenciais para garantir a segurança hídrica do estado e a preservação de seus biomas. As mudanças climáticas, que intensificam a seca e a irregularidade das chuvas, exigem uma resposta coordenada do governo, da sociedade civil e do setor produtivo.