O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, na última segunda-feira (24), a delação premiada do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, afirmando que ela não teve “espontaneidade”.
“A nossa delação, do Cid… a delação tem que ter espontaneidade, verdade e prova. Nada disso tem. Se você ver a última vez que o Cid compareceu em depoimento, uma coisa que não pode acontecer, o juiz Alexandre de Moraes ameaçando o Cid. […] Essa delação é eivada de ilegalidades. Não tem espontaneidade, teve interferência do ministro”, disse o ex-presidente em entrevista ao podcast Inteligência Ltda. ontem.
Durante a entrevista, Bolsonaro também criticou a instância em que está sendo julgado: “quantas vezes um juiz perseguiu alguém em primeira instância?”.
“Amanhã [terça-feira] (25), por ocasião da minha defesa, vai ser questionada essa questão também. Eu não tenho duplo grau de jurisdição”, continuou.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal é a responsável pelo julgamento do recebimento, ou não, da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente.
Além dele, outras sete pessoas estão envolvidas no “núcleo 1” denunciado pela PGR. Caso a Suprema Corte decida por acatar a denúncia, automaticamente Bolsonaro e esses sete indivíduos se tornam réus.
Sobre isso, o ex-presidente disse não ter “preocupação nenhuma” e que, caso venha a se tornar réu de fato, tem “bons advogados” que vão, num primeiro momento, “explanar a questão de tecnicidade”.
“Se eu me torno réu… tenho bons advogados e eles vão, num primeiro momento, explanar a questão de tecnicidade. Meu foro é a primeira instância. Depois também, se eles decidirem que tem que ser em última instância, teria que ser o plenário todo e não uma turma apenas, começa por aí. Depois vem a discussão sobre, por exemplo, quando você fala em delação premiada, a Lava Jato foram 293 delações, no meu caso está sendo uma só delação e, assim mesmo, uma delação completamente viciada”, afirmou.
