À CNN, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), comentou, nesta terça-feira (25), o julgamento da denúncia do plano de golpe, que começa a ser analisada hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e disse que confia nas instituições.
“Temos as instituições, como a Polícia Federal, que investiga e faz uma análise que oferece ao Ministério Público Federal, que apresenta a sua denúncia e existe um Supremo Tribunal Federal que se debruça sobre esta denúncia. Eu confio, sim, nas instituições”, afirmou.
Leite ainda relembrou o processo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no âmbito da Operação Lava Jato, que o levou a ficar 580 dias na prisão, em Curitiba, até novembro de 2019.
“Acho que todos aqueles que usaram, justamente, do processo do atual presidente para atacá-lo, devem agora respeitar o mesmo processo que se vai acontecer ao ex-presidente Bolsonaro. Eu respeito os dois, eu não ataco os dois processos, em ambos os casos a atuação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e o Supremo Tribunal Federal, fazendo o seu papel analisando os fatos e encaminhando o seu julgamento”, disse.
O governador declarou ainda que não tem “domínio” de todo o processo que culminou na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa 34 pessoas de realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito, para opinar sobre uma condenação ou não.
“Eu tenho as minhas impressões, mas para cravar eu teria que ter o domínio do processo que eu não tenho, porque estou ocupado com outras funções governando o meu estado”, afirmou Leite.
Nesta terça-feira (25), o STF analisa se aceita a denúncia da PGR e se torna réus Jair Bolsonaro e as outras sete pessoas, que compõem o chamado “núcleo 1” na investigação.
Além do ex-presidente, estão sendo julgados a partir de hoje:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha do Brasil;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Os demais julgamentos estão sendo marcados de maneira escalonada, seguindo a divisão de núcleos feita pelo PGR, Paulo Gonet, na denúncia oferecida.