Débora Rodrigues dos Santos — conhecida por pichar a frase “perdeu, mané” na estátua do Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos de 8 de janeiro — tem 39 anos e é natural de Irece, na Bahia, mas morava em Paulinia (SP) com a família antes de ser presa.
Ela é casada e mãe de dois filhos, um de 11 anos e outro de 8 anos. Concluiu um curso para atuar como cabeleireira em 2008, e é com isso que trabalhava desde então.
Débora está presa desde o ano passado por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. Nesta sexta-feira (28), o ministro Alexandre de Moraes lhe concedeu prisão domiciliar após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em 21 de março, Moraes votou para condená-la a 14 anos de prisão e ao pagamento de multa no valor aproximado de R$ 50 mil, além de uma indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos (em conjunto com os demais condenados pelo caso). Ele foi acompanhado por Dino.
O caso ganhou repercussão nesta semana após críticas da oposição a uma pena que consideram “exagerada”. Os outros ministros da Primeira Turma do Supremo ainda precisam se manifestar sobre se concordam ou não com a condenação.
O processo está temporariamente suspenso por pedido de vista – mais tempo para analisar – de Luiz Fux, magistrado que já sinalizou que pode divergir de Moraes.
Além de Deterioração de patrimônio tombado – crime em que se encaixa a pichação da estátua – a cabeleireira é acusada de mais 4 crimes:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito, pena de quatro anos e seis meses de reclusão;
- golpe de Estado, pena de cinco anos;
- dano qualificado, pena de um ano e seis meses, além do pagamento de multa;
- e associação criminosa armada, pena de um ano e seis meses.
Carta a Moraes
Também nesta semana, pela queda do sigilo do processo, veio a público uma carta redigida por Débora e enviada a Moraes com um pedido de desculpas.
Na carta, Débora diz se arrepender amargamente do ato, que a causa “vergonha” e “consequências irreparáveis”. A cabeleireira afirma ainda que jamais compactuou com atitudes violentas ou ilícitas.
“Fui a Brasília, pois acreditava que aconteceria uma manifestação pacífica e sem transtornos, porém, aos poucos, fui percebendo que o movimento foi ficando acalorado”, prosseguiu.