Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um software que promete auxiliar na poda de árvores em áreas urbanas, reduzindo o risco de quedas, especialmente em eventos climáticos extremos.
A ferramenta, criada por cientistas do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), Instituto de Biociências (IB-USP) e Escola Politécnica (Poli-USP), utiliza um algoritmo que orienta a poda de forma precisa, levando em consideração a estrutura da árvore e as condições locais.
A tecnologia funciona a partir do escaneamento a laser das árvores, gerando imagens tridimensionais que são processadas por um modelo computacional. O algoritmo de poda, desenvolvido pelos pesquisadores, considera as deformações e a deflexão das árvores causadas pelo vento, permitindo um diagnóstico preciso e a indicação dos pontos ideais para o corte.
O projeto, realizado no âmbito do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito (RCGI), conta com apoio da Fapesp e da Shell, e busca soluções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Testes promissores
Testes iniciais realizados no campus da USP mostraram resultados promissores. Podas de até 20% da copa, guiadas pelo algoritmo, mantiveram o equilíbrio das árvores. Por outro lado, cortes realizados sem o auxílio do software aumentaram os pontos de fraqueza, elevando o risco de queda.
Atualmente, a poda de árvores em áreas urbanas é realizada com base em planos de manejo ambiental, com limite de corte de 30% da copa. A nova tecnologia promete aprimorar esse processo, tornando-o mais preciso e eficiente.
Os pesquisadores buscam agora integrar dados sobre as raízes das árvores ao modelo, além de informações meteorológicas, como velocidade e direção dos ventos. O objetivo é aprimorar ainda mais a precisão da ferramenta e adaptá-la a diferentes espécies e condições ambientais.
Algumas prefeituras, incluindo a de São Paulo, já demonstraram interesse em utilizar o software para o manejo arbóreo urbano. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) da Prefeitura de São Paulo informou estar em contato com os pesquisadores para avaliar a aplicabilidade da ferramenta.
A expectativa é que a tecnologia contribua para a prevenção de quedas de árvores, aumentando a segurança e a resiliência das cidades frente às mudanças climáticas.