Cessar-fogo no Mar Negro pode trazer impactos significativos para o agro

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Na última terça-feira (25), o governo dos Estados Unidos confirmou o acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, com foco no Mar Negro. Mas quais os impactos para o mercado e para o agronegócio? Além de intermediar as negociações, a administração de Donald Trump prometeu ajudar os russos a retomarem as exportações de grãos e fertilizantes.

De acordo com Ana Paula Abritta, diretora de relações governamentais da BMJ Consultores Associados, o cessar-fogo traz benefícios para o mercado como um todo, além de abrir oportunidades para as exportações brasileiras que passam pelo mar negro.

“A segurança da navegação no Mar Negro é um tema de grande relevância, pois o acordo assegura que o transporte de grãos e produtos agrícolas seja garantido, beneficiando a exportação brasileira”, afirma.

A especialista avalia também que a diversificação do mercado é outro ganho que o Brasil pode ter com a reabertura dessa rota comercial.

Possíveis efeitos no mercado global

Outro ponto destacado por Abritta é a estabilização dos preços dos grãos no mercado internacional. “A redução dos conflitos e das interrupções nas rotas de transporte pode trazer mais previsibilidade para os produtores brasileiros, garantindo maior competitividade no mercado global”, afirma. 

Além disso, um ambiente mais estável tende a aumentar a confiança dos investidores, impulsionando investimentos em tecnologia e infraestrutura no Brasil. A diretora da BMJ também ressalta a importância estratégica do porto de Mariupol, que sempre foi um ponto relevante na região. 

“Ter esse porto novamente como opção é benéfico para a logística e o escoamento da produção brasileira”, destaca. Na visão de Abritta, a diversificação das rotas comerciais pode ampliar as oportunidades de exportação para mercados como a Europa.

Desenrolar da guerra ainda é incerto

No entanto, a implementação do acordo e o fim por completo do conflito ainda são incertos. Abritta chama a atenção para o trânsito na região leste do Mar Negro, que a Ucrânia considera prioritariamente sua zona de navegação, e pode gerar tensão.

“Se a Rússia tentar usar essa parte da rota, a Ucrânia pode interpretar como uma afronta ao acordo”, conta.

Apesar das incertezas, a possibilidade de novas parcerias comerciais entre Brasil, Ucrânia e Rússia no setor agrícola é um dos pontos positivos do acordo. “A troca de tecnologias e conhecimentos pode ser mutuamente benéfica e contribuir para o fortalecimento do setor”, diz a diretora. 

Canal Rural

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