O preconceito contra pessoas com obesidade, conhecido como gordofobia, tem se mostrado um problema crescente na sociedade, com impactos significativos na saúde mental e física dos indivíduos afetados.
Em entrevista à CNN, a psicóloga especializada em obesidade Andrea Levy abordou o tema, destacando a abordagem dos profissionais envolvidos.
Segundo Andrea Levy, o preconceito manifestado por profissionais de saúde é o mais nocivo para pessoas com obesidade. “Na minha opinião, o preconceito e a gordofobia dos profissionais de saúde é o preconceito mais nocivo que tem”, afirmou a especialista.
A psicóloga explicou que quando uma pessoa com obesidade é maltratada por profissionais de saúde, pode haver consequências graves. “São profissionais não especialistas que maltratam as pessoas puxando para o lado da força de vontade”, disse Levy.
Este tipo de abordagem, que coloca a “falta de vontade” como fator da doença, pode levar ao isolamento do paciente, que passa a evitar consultas médicas, psicológicas e nutricionais, comprometendo assim seu tratamento e bem-estar geral.
“A pessoa, claro, se isola, não quer voltar ao médico, não quer voltar ao psicólogo, a nutricionista, porque ela foi maltratada”, alertou a especialista.
A persistência do preconceito na sociedade
Andrea Levy também comentou sobre a persistência do preconceito na sociedade em geral, apesar dos avanços na discussão do tema. Ela observou que figuras públicas que se manifestam sobre seus tratamentos para obesidade frequentemente enfrentam críticas severas.
“As pessoas famosas que se expõem, que falam que vão fazer tratamento para obesidade, tratamento medicamentoso, clínico, elas são extremamente massacradas”, pontuou a psicóloga.
Essa reação negativa muitas vezes se manifesta em comentários que questionam a força de vontade do indivíduo ou criticam a escolha do tratamento como um “caminho fácil”.
A especialista enfatizou ainda que essa atitude faz parte da gordofobia e contribui para o estigma enfrentado por pessoas com obesidade.
