O mercado da soja apresentou uma semana de avanços, impulsionado por fatores internos e externos que mantiveram os preços sustentados. Segundo informações fornecidas pela plataforma Grão Direto, a colheita no estado do Paraná já alcançou cerca de 90%, e a projeção do Departamento de Economia Rural (Deral) indica um crescimento de quase 15% na produção em relação ao ano anterior.
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A trégua mediada pelos Estados Unidos entre Rússia e Ucrânia trouxe alívio momentâneo ao fluxo de grãos pelo Mar Negro, embora ainda haja incertezas sobre a estabilidade desse acordo. No cenário internacional, as exportações brasileiras para a China continuam em alta, aproximando-se de números recordes no primeiro trimestre de 2025.
Na Bolsa de Chicago, o contrato de soja para maio de 2025 fechou a US$10,22 por bushel, com alta de 1,19% na semana. Já o contrato para março de 2026 registrou valorização de 1,56%, encerrando a US$10,39 por bushel. O câmbio também influenciou o mercado, com o dólar valorizado em 0,7%, cotado a R$5,76.
Expectativas para o mercado da soja
A demanda chinesa segue aquecida, com 15,3 milhões de toneladas de soja brasileira embarcadas até 20 de março. Apesar da recomposição de estoques na China, os prêmios permanecem elevados devido ao ritmo abaixo do esperado no esmagamento do grão. A partir da segunda quinzena de abril, espera-se que o aumento da oferta no destino exerça maior pressão sobre os preços na origem.
Na Argentina, a comercialização da safra está no menor nível dos últimos dez anos. Produtores locais aguardam possíveis isenções fiscais e uma taxa de câmbio mais favorável para retomar as vendas. Esse cenário tem favorecido as esmagadoras brasileiras, que encontram maior demanda para suprir a menor oferta argentina.
O câmbio global pode sofrer novos impactos com o anúncio do ex-presidente Donald Trump, previsto para 2 de abril, sobre novas sobretaxas para produtos importados. Há possibilidade de o Brasil ser incluído na lista de países afetados, o que pode gerar reflexos no mercado de soja nas próximas semanas.
Com base nesses fatores, a expectativa é de que a soja mantenha uma trajetória positiva no início de abril, seguindo a tendência da última semana. No entanto, pressões de baixa podem se tornar mais evidentes na segunda quinzena do mês, conforme os embarques para a China impactem a precificação global do grão.