Genética dos Zebuínos é debatida em reunião na ALMT

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Mato Grosso possui um rebanho bovino com mais de 32 milhões de cabeças, divididos em cerca de 129 mil propriedades, sendo que 36% dessas possuem até 50 animais. A informação é da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e foi apresentada durante a primeira reunião ordinária da Câmara Setorial (CST) Temática da Genética dos Zebuínos, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

A reunião realizada nesta segunda-feira (31) teve como pauta a visão e a experiência com ferramentas técnicas de melhoramento genético para produtores de pequeno, médio e grande porte.

“Nós temos a pastagem, a sanidade, a nutrição e isso tudo junto forma essa conexão”, destacou o relator da CST, Alexandre El Hage, presidente da Associação dos Nelores de Mato Grosso (Nelore MT). Entretanto, de acordo com ele, é preciso colocar também em discussão o elo da cadeia de melhoramento genético.

Os trabalhos desenvolvidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e os órgãos de extensão rural, pontuou Alexandre El Hage, auxiliam para que os produtores, em especial os pequenos, possam ter acesso às novas tecnologias.

“Hoje temos 66 milhões de fêmeas entrando em reprodução no Brasil, onde 46% dessas fêmeas só têm acesso à tecnologia de melhoramento genético. Precisamos acessar esses outros 54% para que tenhamos não só uma carne de qualidade para a mesa do produtor mato-grossense brasileiro, mas também que tenha lucratividade para o homem do campo”.

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Foto: Canal Rural Mato Grosso

Produtor deve ser gerador de alimento de alto valor

A reunião da CST da Genética dos Zebuínos na ALMT contou com a palestra do zootecnista e pesquisador da Embrapa em Mato Grosso do Sul, Gilberto Menezes.

O especialista frisou na ocasião que “o produtor rural não deve pensar somente em boi, mas em um agente gerador de alimento de alto valor para a humanidade. O melhoramento genético passa pelo processo de aperfeiçoamento dos animais, tornando-o mais produtivo, eficiente e lucrativo ao longo das gerações”.

Mato Grosso além de possuir o maior rebanho do país, cerca de 15% do total de bovinos, é o estado que possui o maior número de produtores de plantéis com melhoramento genético, segundo o diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi.

“É perfeitamente possível, em todas as regiões do estado os pecuaristas adquirirem reprodutores melhoradores e, a partir daí, produzir com mais quantidade. A pecuária, principalmente a de corte, é baseada em cinco pilares importantes. A genética, a nutrição, o manejo, a sanidade e a gestão. Quando um produtor adquire um reprodutor, ele vai ter um animal que dará centenas de filhos ao longo da vida. E que ao invés dele ter um animal sem avaliação nenhuma, se ele tiver um animal melhorado, vai ter uma lucratividade maior, ocupando o mesmo lugar no pasto”, disse Francisco Manzi.

Atualmente, conforme a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), 1.476 propriedades no estado recebem assistência na parte de pecuária de corte por meio do Senar Mato Grosso.

“Quase meio milhão de cabeças representadas por esses produtores e que também recebem um projeto chamado inseminação, com produtores que têm até 100 fêmeas. A inseminação artificial em tempo fixo, com tudo doado pelo Senar, desde o protocolo de hormônio, o médico veterinário, que vai fazer essa inseminação, o sêmen, então todo esse processo aí é entregue para o homem do campo em nosso estado. Basta procurar um dos nossos 95 sindicatos rurais e buscar informação para participar dessa assistência técnica”, destacou o analista de pecuária da Famato, Marcos Carvalho.

O produtor rural Gilberto Viegas, que presta consultoria para Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (Fetagri), ressaltou na reunião que “no estado, tínhamos uma extensão rural forte, que trabalhou plenamente, mas agora, nos últimos anos, ela não tem tido o apoio governamental que precisa, temos técnicos, mas o número desses profissionais está reduzido em função da dimensão do estado. Há uma necessidade maior dessa assistência, porque a pesquisa, como a gente viu na palestra, tem gerado inovações tecnológicas, mas que não chegam ao agricultor”.


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Canal Rural Mato Grosso

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