Em 1995, Athletico e Coritiba disputaram a Série B e conquistaram juntos o acesso à elite do futebol brasileiro. Trinta anos depois, a dupla Atletiba tem a chance de reviver o mesmo cenário.
Com os dois elencos mais valiosos da competição, Furacão e Coxa são, na teoria, os favoritos para subir. Por outro lado, o desempenho em campo e a campanha no Campeonato Paranaense, quando os dois foram eliminados antes da final, geram desconfiança e dúvidas acerca do quanto os dois times vão conseguir entregar nas 38 rodadas da Segundona.
O UmDois Esportes cita cinco motivos para acreditar — e cinco para desacreditar — no acesso conjunto da dupla Atletiba.
Para acreditar
1- Maiores investimentos da Série B
Athletico e Coritiba estão no topo da lista dos times mais valiosos da Série B. O Furacão tem o valor de mercado de 35,90 milhões de euros (R$ 223,97 milhões), já o Coxa vale 17,45 milhões de euros (R$ 108,87 milhões) segundo o Transfermkt. Dos cinco elencos mais valiosos da edição de 2024, três subiram: Santos, Sport e Ceará.
2- Qualidade técnica
Apesar das fragilidades, os dois times têm jogadores que se destacam dentro de campo e podem ajudar na caminhada pela Série B. Do lado do Furacão, jogadores como os atacantes Luiz Fernando e Kevin Velasco, o meia Zapelli podem ser os diferenciais da equipe.
O Coritiba focou em jogadores que tenham tido sucesso recente na Série B e contratou Dellatorre, artilheiro do Mirassol no acesso, Gustavo Coutinho, artilheiro da competição em 2023.
3- Força dentro de casa
Seja na Ligga Arena ou no Couto Pereira, a dupla Atletiba tradicionalmente conta com a força como mandante como um dos principais fatores a favor da campanha na Série B. Na Segunda Divisão, a importância de vencer em casa é ainda maior diante das longas viagens e campos irregulares de outras equipes nas partidas como visitante.
4- Peso da camisa
Athletico e Coritiba têm as camisas mais pesadas da Série B 2025 e são os únicos campeões brasileiros da edição. Além disso, neste ano a competição tem um estreante, o Athletic, e outras equipes que não jogavam a Segundona desde a década de 1990: Volta Redonda e Ferroviária.
Outro fator que pesa para o favoritismo de Athletico e Coritiba é que adversários com mais experiência nas últimas edições da Série B conquistaram o acesso em 2024, como Ceará e Sport.
5- Retrospecto na Série B
A dupla Atletiba tem um bom retrospecto na Segunda Divisão dos pontos corridos, formato usado desde 2006. O Athletico disputou pela última vez em 2012 e conseguiu voltar, não sem sufoco, para a elite em 2013.
Já o Coritiba disputou quatro vezes a Série B nos pontos corridos, em 2010, 2018, 2021 e 2024. Em duas delas, a equipe conseguiu retornar ao Brasileirão logo no ano seguinte, mas acabou batendo na trave em 2018 e na temporada passada.
Para desacreditar
1- Gestão do futebol
Mario Celso Petraglia, do lado atleticano, e SAF, do lado coxa-branca. O mandatário do Athletico e a gestão do Coritiba são o principal foco das reclamações da torcida.
A Treecorp Investimentos, dona de 90% da SAF do Coxa, tem vivido com fracassos do Coxa dentro de campo. O Furacão viveu o rebaixamento no ano do centenário e viu o sonho de grandes conquistas, prometidas pela alta cúpula rubro-negra, ruir.
2- Fragilidades no elenco
As duas equipes têm seus destaques individuais, mas ainda não apresentaram um bom futebol dentro de campo. Tanto a defesa do Athletico, como a do Coritiba, sofreram durante o Campeonato Paranaense.
O Furacão ainda vive uma inconstância na lateral-direita. O Coritiba teve uma melhora com o retorno do zagueiro Maicon, mas também vive dificuldade no meio de campo, sem conseguir se mostrar um time criativo.
3- Pressão da torcida
O Coritiba tem convivido com protestos da torcida desde a temporada passada, quando o clube teve a sua pior campanha na Série B dos pontos corridos.
O clima no Couto Pereira foi de pressão em 2024, com cartazes e gritos contra a SAF, mas também vaias e reclamações contra atletas. O Furacão chega pressionado pelo rebaixamento no centenário e tem a torcida insatisfeita pelo desempenho no Paranaense.
4- Mudança de técnicos
Athletico e Coritiba convivem com mudanças frequentes no comando técnico da equipe. O Furacão, inclusive, nunca teve apenas um técnico durante uma temporada inteira neste século. Em 2024 a dupla teve cinco treinadores cada, entre efetivos e interino. O Coxa fez a primeira troca justamente nas primeiras rodadas da Série B, quando demitiu Guto Ferreira.
5- Equilíbrio da Série B
Apesar de Athletico e Coritiba serem os únicos times com status de campeão brasileiro, a Série B terá uma briga imprevisível pelo acesso. Além disso, o Operário, atual campeão paranaense, chega como um dos favoritos do estado para a disputa.
A competição também conta com times organizados, como o Novorizontino, Cuiabá, América-MG, Atlético-GO, todos SAFs. E há times que já disputam a Série B de forma recorrente e podem surpreender em campo, como o Vila Nova, Goiás, Avaí e Criciúma.
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