Mato Grosso desenvolve nanopartículas de café para uso farmacêutico e alimentício

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Pesquisadores em Mato Grosso estão inovando ao desenvolver nanopartículas a partir de materiais que antes eram considerados coprodutos da cafeicultura. O fruto inteiro do café verde, a casca e a película prateada, ricos em compostos fenólicos, minerais e antioxidantes, estão sendo transformados em ingredientes de alto valor para as indústrias farmacêutica e alimentícia.

A nanotecnologia se apresenta como a abordagem mais eficaz e segura para essa aplicação, garantindo maior estabilidade, melhor absorção pela pele e a preservação das propriedades bioativas dos compostos extraídos do café. A iniciativa visa otimizar o processo para produção em grande escala e também desenvolver formulações lipossomas. Os lipossomas, pequenas estruturas esféricas compostas por lipídios, atuam como transportadores de ingredientes ativos, potencializando sua penetração e eficácia em produtos como cosméticos, sabonetes líquidos, águas micelares e hidratantes para o rosto e área dos olhos.

Essa tecnologia tem o objetivo de aumentar a eficácia terapêutica e a segurança biológica do extrato de café, aspectos cruciais para sua utilização na indústria de cosméticos. O projeto conta com o incentivo financeiro do Edital Centelha Bolsa Desenvolvimento Tecnológico e Industrial do Governo do Estado, gerido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat). A pesquisa está sendo conduzida pela empresa Cafenólicos, sob a coordenação da farmacêutica doutora Wanessa Costa Silva Faria, com a participação do doutorando Luciano Carlos de Arruda.

Entre os resultados esperados do estudo estão a padronização do processo de extração em larga escala, assegurando a consistência no rendimento e na concentração das substâncias ativas. Além disso, a equipe busca identificar fornecedores que atendam aos rigorosos padrões de qualidade e ofereçam preços viáveis, tornando possível a produção industrial de um produto final de alta qualidade.

O impacto desse estudo promete ir além da indústria de cosméticos. O café verde, frequentemente visto como um subproduto, poderá se tornar uma matéria-prima valiosa para a criação de novos ingredientes tanto para o setor farmacêutico quanto para o alimentício. A expectativa é que a iniciativa também estimule a produção de cafés orgânicos, agregando ainda mais valor à cadeia produtiva e facilitando a obtenção de certificações de qualidade para os produtos derivados dessa pesquisa inovadora.

“A indústria farmacêutica tem demonstrado crescente interesse em compostos bioativos extraídos de vegetais, devido aos seus diversos benefícios à saúde, como ação antioxidante, antiobesogênica, anti-hipertensiva e anticancerígena. Estudos indicam que o café verde possui maior concentração desses compostos em comparação ao café maduro, tornando sua extração em larga escala um projeto promissor”, acrescentou Arruda.

Entre os principais objetivos do projeto, estão a prestação de serviços técnicos no desenvolvimento de nanoestruturas com extrato do café verde, a busca por orçamentos, a qualificação de fornecedores e a produção em larga escala dos extratos vegetais.

“Dessa forma, o projeto se posiciona como uma inovação estratégica para os setores cosmético e farmacêutico, promovendo sustentabilidade e aproveitamento integral do café verde”, destacou a coordenadora do projeto, doutora Wanessa Faria.

MATO GROSSO – CenárioMT

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