Juros futuros sobem após EUA confirmarem nova tarifa contra a China

Publicidade

As taxas dos DIs voltaram a subir nesta terça-feira (8), novamente acompanhando o avanço firme do dólar ante o real e a alta dos rendimentos dos Treasuries com prazos mais longos, após os Estados Unidos confirmarem novo ataque tarifário à China.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 — um dos mais líquidos no curto prazo — estava em 14,745%, ante o ajuste de 14,675% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,315%, ante o ajuste de 14,207%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,55%, em alta de 13 pontos-base ante 14,418% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,67%, ante 14,545%.

Estados Unidos e China seguiram no centro das atenções dos mercados.

Na quarta-feira passada (2) o presidente Donald Trump havia anunciado uma tarifa de 34% sobre os produtos chineses, o que gerou uma retaliação do país asiático na sexta-feira (4), com tarifação também de 34% sobre os produtos norte-americanos.

Na sequência, Trump disse que imporia taxa adicional de 50% sobre as importações vindas da China, se Pequim não desistisse dos 34%. Como a China se recusou a ceder, os EUA anunciaram uma taxa de 104% aos produtos chineses a partir de quarta-feira (9).

A confirmação da nova taxa à China ampliou a alta do dólar em relação a moedas de exportadores de commodities, como o real, e deu novo impulso às taxas dos Treasuries no exterior. No Brasil, isso se refletiu no avanço firme das taxas dos DIs.

“Os últimos dias têm sido bem intensos e voláteis, frente ao processo de tarifas que Trump tem aplicado. Os juros lá fora despencaram (em sessões anteriores), depois subiram novamente, o que mostra que os agentes olham para o cenário, mas que não tomaram uma decisão”, destacou Gabriel Redivo, sócio e diretor de gestão da Aware Investments.

“Hoje o mercado abriu um pouco mais otimista, mas próximo do meio-dia Trump anunciou que vai tarifar mais a China”, acrescentou, ao justificar o avanço das taxas futuras no Brasil.

Às 16h14, já na reta final da sessão regular, a taxa do DI para janeiro de 2031 atingiu a máxima de 14,58%, em alta de 16 pontos-base ante o ajuste da véspera.

“Esperava-se que a China fosse negociar, mas ela veio com retaliação, o que gerou muito estresse”, avaliou Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos.

“Em um cenário incerto como este, o investidor vai para a moeda forte (dólar), o que acaba puxando o nosso DI, que também acompanha as (taxas dos) Treasuries, que hoje voltaram a bater nos 4,20%”, completou.

Em meio às incertezas, os investidores seguem divididos quanto aos próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em relação à Selic, hoje em 14,25% ao ano.

Na segunda-feira (7) — atualização mais recente — o mercado de opções de Copom da B3 precificava 58% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio (ante 58,50% na véspera) e 18,50% de chances de elevação de 25 pontos-base (19,50% na véspera), contra apenas 4,50% de probabilidade de alta de 75 pontos-base (5,00% na véspera).

Para o encontro seguinte do Copom, em junho, as opções de Copom precificavam na segunda-feira 38,50% de probabilidade de manutenção da Selic (40,00% na véspera) e 33,00% de chances de alta de 25 pontos-base (mesmo percentual na véspera).

No exterior os rendimentos dos Treasuries com prazos mais longos seguiam em alta firme neste fim de tarde, respondendo a fatores como a venda de títulos por agentes para cobrir perdas em outros ativos, o leilão fraco do Tesouro dos EUA e a expectativa de que alguns acordos sobre tarifas possam ser fechados.

Às 16h35, o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 9 pontos-base, a 4,245%. Já o retorno do Treasury de dois anos–que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo– tinha queda de 5 pontos-base, a 3,69%.

Tarifas “recíprocas” de Trump não são o que parecem; entenda

Economia – Confira notícias da Editoria | CNN Brasil

Compartilhe essa Notícia:

publicidade

publicidade

plugins premium WordPress