“A minha alegria, como mãe, é de outro mundo. Pra eles, é uma brincadeira, uma diversão, mas pra a gente, é uma grande vitória. É uma terapia que faz bem pro desenvolvimento do corpo, promove a interação, a percepção e eles ficam felizes”.
O depoimento da dona de casa Lília Rocha de Souza, mãe de duas crianças com autismo, ressalta a importância da hidroterapia no tratamento de crianças/pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A atividade é uma das terapias ofertadas pela Secretaria de Saúde de Lucas do Rio Verde, por meio de parceria entre o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Caps IJ) e o Centro Municipal de Reabilitação.
Segundo a fisioterapeuta Ana Paula Enzweiller, coordenadora do Centro Municipal de Reabilitação, o projeto atende, atualmente, oito crianças. Os pacientes são selecionados pelo Caps, por apresentarem problemas de coordenação motora e equilíbrio.
“A gente faz uma avaliação, pra verificar as dificuldades que a criança apresenta. A gente trabalha com o objetivo de melhorar a coordenação motora, a força muscular, o equilíbrio e, principalmente, a socialização”.
A hidroterapia é composta por dez sessões, são duas turmas, sendo um encontro por semana, as segundas ou as quartas-feiras. Dentro da piscina, as crianças são acompanhadas pela fisioterapeuta, a psicóloga e os responsáveis.
Além dos pacientes com autismo, o projeto atende também crianças diagnosticadas com transtorno grave persistente. O tratamento inclui, ainda, atividades que envolvem o conhecimento das letras e números.
“Muitas crianças gostam de água, mas há um receio em levá-las pra piscina. É um ambiente diferente, onde podemos desenvolver outras sensações e avançar no tratamento, no fortalecimento do vínculo familiar e social”, ressalta a fisioterapeuta.
Natural do Estado de Rondônia, a dona de casa Lília Rocha de Souza conta que quando chegou em Lucas do Rio Verde, há quase cinco anos, os filhos de oito e dez anos de idade, não falavam ainda, apenas balbuciavam.
De acordo com ela, o tratamento ofertado pelo município foi essencial no desenvolvimento dos filhos, que hoje, já conseguem interagir com outras crianças e falam algumas palavras, como ‘mãe, pai e vó’.


“Depois que nós viemos pra Lucas, a nossa vida mudou muito. O Caps transformou a nossa família. As meninas são maravilhosas, desde a limpeza a coordenação. Eles começaram a fazer o tratamento e eu já vi mudança, nem todo município oferece esse serviço”.
A psicóloga Millena Schutz Selhorst ressalta que, além da hidroterapia, o Caps oferta outras atividades, que também contribuem no desenvolvimento do paciente, como arte, culinária, habilidades sociais, motoras e grupo de família.
“As oficinas ou grupos, são ferramentas de inclusão. Quando a gente insere uma criança em um grupo, a gente leva em consideração as habilidades que ela tem e as habilidades que ela precisa desenvolver”.