Padeiro sente falta do sítio e volta ao campo para produzir bananas

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Muitas são as histórias de produtores que passaram a maior parte da vida no campo e em um determinado momento partiram para a cidade, mas acabaram retornando porque a saudade de mexer com a terra sempre acaba falando mais alto. E entre estes está o “seo” Vantuir Benedito Pereira, que há seis anos voltou para o sítio onde cresceu e hoje tem a produção de bananas como carro-chefe.

O produtor passou a infância e a maior parte da vida no campo. Quando morou na cidade, trabalhou em supermercado e chegou a ser dono de padaria.

Hoje, com a enxada nas mãos e o comprometimento de quem olha para o futuro, “seo” Vantuir vai escrevendo novas páginas na história do Sítio Nossa Senhora Aparecida. O trabalho é manual, debaixo do sol forte que aquece a terra em Nova Brasilândia, exigindo esforço do produtor que não tem dúvidas: cada gota de suor vale a pena e será recompensada.

“Não tem como você fazer um plantio sem ter dor de cabeça, sem ter trabalho. Sem trabalhar você não arruma, né? Não pode ter preguiça. Plantador de banana tem que suar. Se não suar, ele não chega no objetivo que ele quer”, diz o produtor ao programa Senar Transforma desta semana.

E o do “seo” Vantuir é expandir a área destinada à produção de bananas. Em breve, 400 mudas serão plantadas na área destinada ao bananal.

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Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

Diversificação para tornar mais produtiva

O Sítio Nossa Senhora Aparecida é um exemplo de como a agricultura familiar investe na diversificação para tornar a propriedade mais produtiva.

Embora a propriedade seja chamada de sítio pelo “seo” Vantuir, ela tem dimensões de uma fazenda. São 160 hectares divididos entre áreas nativas, reserva legal, pastos arrendados e os três hectares de pomar e horta, que garantem a maior parte da renda do produtor.

“O carro-chefe é a banana. Mas, planto melancia, mandioca. Tenho uma hortinha para meu consumo. Tenho uma área de pecuária. Hoje, se você não tiver muitas coisas no sítio… Fazenda já fala fazendo. Todo dia você gasta nela. Tem que ter muito jeito de ganhar dinheiro, se não você não dá conta “.

A propriedade é uma herança do pai e do avô. O produtor chegou ao local com apenas três anos. Chegou a morar em Nova Brasilândia para estudar e depois foi para Cuiabá, onde trabalhou 12 anos e chegou a trabalhar em um supermercado.

“Até então era um cara que só mexia com fazenda. Aprendi muita coisa. Voltei e fui trabalhar uma temporada na fazenda e aí comprei uma panificadora em Planalto da Serra. Outro aprendizado”.

“Seo” Vantuir conta à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que enquanto ainda tinha a panificadora se dividia entre ela e o sítio. Ou seja, se dividia entre duas cidades.

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Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

Conhecimento que vem para o bem

Há seis anos o produtor resolveu voltar de vez para o campo e o sonho de viver dele ficou mais forte desde que começou a ser atendido pelo programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Senar Mato Grosso, há três anos.

Hoje “seo” Vantuir dedica para as bananas um hectare e meio e no restante da área diversifica.

“Agora quero dar uma alavancada. Quero plantar três hectares só de banana. Vou fazer uma irrigação boa. Futuramente eu penso em abrir mais. Meu projeto é chegar a seis hectares de banana. Terra tem muita”.

Mensalmente o técnico de campo da ATeG Fruticultura Dhiego Pereira Krause visita a propriedade e leva um dos principais insumos para quem busca resultados cada vez melhores: o conhecimento!

Quando chegou ao sítio Nossa Senhora Aparecida, Dhiego lembra que se deparou com uma queda de parte do bananal do produtor. Ao verificar a situação, observou que havia broca no local.

“Analisamos o que dava para fazer e uma tomada de ação foi eliminar aquela banana. Nós trocamos a cultura da área. E viemos com uma coisa que ele não fazia na época, que era o tratamento de muda. Isso já evita muita incidência de broca no bananal”.

No novo plantio de bananas vários tratos culturais foram recomendados pelo técnico do Senar Mato Grosso. Desde a profundidade das covas ao espaçamento entre elas, além de análise do solo, adubação correta e correção do Ph do solo.

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Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

Orientações que rendem frutos e exemplos

As orientações garantiram maior proteção e elevaram o potencial de desenvolvimento das bananeiras. Dali pra frente o foco era aprimorar os tratos culturais das plantas, com técnicas de manejo até então desconhecidas pelo “seo” Vantuir.

“Muita coisa [mudou]. Eu já cheguei a colher 16 quilos. Então para mim é significante. A maioria não consegue. A gente fica animado. Porque você trabalhar uma adubação boa, deixar três pés [mãe, filha e neta], não tem como dar erro. A produção vai vir boa”.

Entre as orientações repassadas pelo técnico de campo da ATeG Fruticultura, após as iniciais, estão preventivas de pós-plantio, como a aplicação de fungicida para o controle do mal da sigatoka e a desfolha.

“Todos esses tratos culturais visam elevar o aproveitamento da cultura, da nutrição para o cacho. Eliminar a última penca, o coração, as folhas que são desnecessárias, é tudo para a cultura ter um maior aproveitamento de nutrição”, frisa Dhiego.

E objetivando justamente a otimização dos recursos existentes hoje e nutrientes da terra, que é o que o “seo” Vantuir e o Dhiego, resolveram testar o cultivo consorciado de bananas e mandioca.

“O objetivo ali é aproveitar um pouco da nutrição e da água para produzir duas culturas. Ele é um produtor que você vem com as ideias e ele aceita. Ele é muito curioso, também”.

E o resultado obtido do cultivo consorciado de bananas e mandioca agradou tanto produtor quanto técnico de campo.

“Com o consórcio a gente tem que tomar cuidado para uma cultura não competir com a outra. Ele não teve isso e conseguiu o mesmo resultado que cultivando separadamente”, destaca o técnico de campo.

Cada recomendação do profissional do Senar foi seguida à risca pelo “seo” Vantuir. O produtor que não via a hora de deixar a vida da cidade para retornar ao campo, sabe a importância do apoio que tem recebido.

“Você aprende muita coisa. O Senar me ensinou a técnica e depois a administração. Eu plantava e produzia. Não fazia um planejamento de mês. Eu não sabia quantas caixas de banana estava vendendo por mês. Isso é um aprendizado que a gente fica muito alegre”, afirma “seo” Vantuir.

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