Exportação deve compensar demanda menor por óleo de soja

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As processadoras de soja devem manter o nível de esmagamento previsto para 2025, mesmo com a manutenção da mistura do biodiesel ao diesel em 14% (B14). O excedente de óleo de soja, principal matéria-prima do biocombustível, será encaminhado para exportação, disse Daniel Furlan, diretor de economia e assuntos regulatórios da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) ao Valor nesta segunda-feira (14/4).

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) havia aprovado um aumento na mistura de biodiesel ao diesel para 15% (B15), que entraria em vigor em março deste ano. O movimento representaria uma demanda interna adicional para a indústria de óleo de soja.

No entanto, em fevereiro, o CNPE suspendeu a elevação na mistura e decidiu manter em 14% por tempo indeterminado, como uma das estratégias do governo federal para conter os preços dos alimentos. Na época, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que boa parte da produção do biodiesel vem da soja e, por isso, controlar o preço ao consumidor era prioridade.

A demanda adicional por óleo de soja que a indústria esperava com a mistura em B15 não se confirmou. Porém, Furlan explica que as exportações devem compensar o balanço entre oferta e demanda.

“Até o momento, isso não alterou nossa projeção de esmagamento, que segue em 57,5 milhões de toneladas. A indústria esmagadora vai exportar mais óleo”, afirmou o diretor.

Segundo ele, a Abiove deve atualizar suas estimativas sobre a cadeia da soja na quinta-feira (17/4) e o número para processamento continuará estável. O executivo não detalhou quais serão as novas projeções sobre exportação.

O volume de esmagamento de 57,5 milhões de toneladas de soja estimado pela Abiove para 2025 ainda representa uma alta de 3,05% em relação aos 55,8 milhões registrados no ano passado.

Furlan destaca que compradores da Ásia, como Índia e Bangladesh, estão com ampla procura pelo óleo de soja do Brasil para fins alimentícios. Nesse mercado, os brasileiros concorrem com a Argentina, com o óleo de girassol do Leste Europeu e com o óleo de palma da Malásia e Indonésia.

Além disso, diferentemente do mercado de grãos, a expectativa do diretor é que a guerra comercial entre Estados Unidos e China não tenha grande impacto sobre os negócios de óleos pelo mundo.

AF News

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