As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, geram incerteza ao cenário dos negócios, de modo que o momento exige cautela, segundo Igor Calvet, novo presidente executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O Brasil não exporta veículos leves aos EUA. Porém, Calvet vê um potencial impacto indireto da guerra comercial no setor automotivo brasileiro devido o potencial desvio de comércio dos países que vendem aos norte-americanos.
“O impacto ainda não é muito certo, então o momento exige cautela e previsibilidade em todas as ações. O mundo está muito instável, de modo que cautela nas negociações é importante”, disse Calvet à CNN.
Nesta terça-feira (15), foi realizada a cerimônia de posse de Igor Calvet como o novo mandatário da Anfavea, sendo o primeiro presidente executivo da história da associação.
Além do desvio de comércio, Calvet chama atenção para uma insegurança quanto aos investimentos.
“Outro risco é os investimentos migrando para os Estados Unidos para produção local e fornecer para aquele mercado. Esse movimento pode fazer com que a indústria desvie investimentos daqui. Temos que garantir que os R$ 180 bilhões em investimento que temos no momento sejam de fato e cumpridos aqui”, pontua.
O novo presidente da Anfavea vê como salutar a maneira como o governo tem coordenado seu posicionamento e negociações com as autoridades norte-americanos. Calvet relata que tem a associação possui uma interlocução direta com o Executivo, que tem sido receptivo sobre o assunto.
Nesta quarta-feira (16), Calvet terá uma reunião com o vice presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), que é o principal porta-voz do governo e quem tem chefiado parte das tratativas sobre a questão tarifária.
